Garantia de trabalho

A tímida flexibilização do isolamento nos últimos meses não foi suficiente para recuperar a economia, mas ajudou a reduzir o ritmo das demissões em Minas Gerais. Depois de amargar um mês de abril com a extinção de 92 mil vagas com carteira assinada, em maio o número de postos de trabalho eliminados caiu para 33 mil, segundo dados do Caged compilados pela Fundação João Pinheiro (FJP).

Não é difícil descobrir onde está o grande gargalo do emprego: serviços e comércio ainda sentem os efeitos das medidas de prevenção do coronavírus e temem os efeitos da aceleração do contágio em direção ao pico da pandemia em Minas, previsto para o dia 15 de julho.

Uma em cada seis vagas definitivamente fechadas em maio era de hospedagens, pousadas, restaurantes, bares e lanchonetes. Em sua maioria, pequenas e médias empresas que já vinham sentindo o efeito de uma crise econômica que se arrasta há uma década e foram pegos descapitalizados pela pandemia.

Mas, em vez de socorro, essas iniciativas encontraram as portas do crédito, necessárias não só para manter o emprego, mas para se adaptar às mudanças exigidas por um chamado “novo normal” com menos espaço para atender os clientes, novas barreiras sanitárias e maior dependência do delivery e da tecnologia dos aplicativos.

Um estudo do Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas apontou que, entre abril e junho, das pequenas empresas que procuraram bancos por um empréstimo, somente 16% tiveram sucesso. E a explicação para a negativa para um em cada dez desses pedidos foi a falta de garantias.

Se o dinheiro não chegar aos setores de serviço e comércio, a única garantia que teremos é que o desemprego não cederá mesmo quando a pandemia for vencida.