O fogo em áreas florestais de Minas neste ano já consumiu uma área equivalente ao tamanho da cidade de Varginha, no Sul do Estado. E o número de queimadas em unidades de conservação em nove meses já é quase igual ao da média anual dos últimos seis anos. Quando levada em conta regiões vegetadas em geral, o crescimento dos incêndios foi de 44%, segundo recente levantamento dos bombeiros.

Em audiência na Assembleia Legislativa, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, afirmou que não há dúvidas de que a maior parte foi provocada por ação humana.

Corroborando a afirmação do secretário, o Batalhão de Polícia de Meio Ambiente registrou pelo menos 22 prisões em flagrante de pessoas que tentavam atear fogo a áreas verdes. Mas muitos ainda ficam impunes, devido a dificuldade de se monitorarem mais de 20 milhões de hectares de matas nativas, segundo dados do IBGE.

O incêndio criminoso de florestas é um ataque direto à vida. O Parque do Itacolomi, que já teve o equivalente a 300 campos de futebol calcinados neste ano, guarda dentro de seus limites nascentes que alimentam dois rios essenciais para o país: o Doce e o São Francisco. Além das águas, o solo e a qualidade do ar ficam comprometidos e agravam doenças.

Até o início de outubro, permanece a estação em que as chuvas são escassas e a umidade do ar, baixa, o que dificulta o combate às chamas e favorece a extensão dos estragos. Por isso, é um dever para com o ambiente e com a própria sociedade o Estado acirrar a fiscalização e a população denunciar esses criminosos, evitando a condescendência com quem ateia fogo à vegetação pelo perverso prazer de destruir.