Jovens vulneráveis

É assustador o dado revelado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de que menos de 30% dos jovens entre 20 e 30 anos voltaram aos postos para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Logo as gerações que têm contato a todo minuto com os meios de comunicação, têm contribuído para atrasar a cobertura vacinal da população.

Parte desse comportamento se explica pela percepção de que a pandemia acabou, de acordo com a própria prefeitura. Porém, na sexta-feira (12), a Fiocruz alerta que, mesmo em países da Europa e da Ásia com altas taxas de imunização, está havendo aumento no número de casos e óbitos. 

Esse recorte estatístico que revela a baixa adesão de jovens da capital mineira à segunda dose mostra como tem sido deficiente a comunicação educativa em relação à pandemia no Brasil. O cenário de baixa cobertura vacinal nessa faixa etária se repete em outras regiões do país, como no Rio Grande do Sul, em que mais de 670 mil pessoas, de 18 a 29 anos, não completaram a imunização.

O relatório da Fiocruz alerta que “é equivocado pensar que, apenas com a população adulta vacinada adequadamente, é possível a retomada irrestrita de hábitos que resultam na aglomeração de pessoas”. Isso porque a população jovem apresenta grande mobilidade e, apesar de ter menos chance de apresentar sintomas graves da Covid-19, têm potencial de transmitir a doença para públicos mais vulneráveis. 

Fazer a busca ativa dos faltosos pode ampliar a cobertura vacinal, mas, sem desenvolver campanhas de conscientização sobre a importância de se completar o esquema, os recursos humanos e os insumos serão desperdiçados. E o desperdício é inaceitável em um país pobre, principalmente durante uma pandemia.