Com 10 bilhões de pessoas no mundo em 2050, a humanidade vai precisar de mais alimentos, enquanto a quantidade de terra arável é limitada, afirmou, na semana passada, uma reportagem publicada no “The New York Times”.

Segundo a matéria, amparada em argumentos de geneticistas e botânicos, o mundo vai precisar de 60% a 80% de mais alimentos naquela data. As temperaturas mais quentes vão prolongar os períodos de cultivo em algumas áreas, levando a seca e as pragas a outras regiões.

Tentando enfrentar essa situação, os cientistas trabalham na “reprodução acelerada” de alimentos e outras tecnologias. Na revista “Nature”, eles mostraram que conseguem cultivar até seis gerações de trigo por ano. Os métodos tradicionais produziriam apenas uma ou duas gerações.

A ciência parece ser a alternativa para conter a destruição da natureza, cujo retrato mais dramático é produzido na Amazônia. Órgão do governo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que, em junho, o desmatamento foi 57% maior do que o realizado no mesmo mês de 2018.

Desde 2012, quando alcançou seu menor valor histórico, que o desmatamento vem aumentando. As ameaças não se restringem à expansão da fronteira agrícola, mas abrangem também o comércio de madeiras e projetos de infraestrutura, mineração e geração de energia.

O recurso natural é finito, daí a importância de o Brasil tirar partido desse capital junto a seus parceiros internacionais. O país tem sabido fazer uso adequado de sua área agricultável, que lidera, por meio de sua agroindústria, sua pauta de exportações.

A humanidade não tem condições de se alimentar se cultivar tradicionalmente todos os alimentos. Seu custo de produção seria inviável e haveria fome. O emprego de tecnologia, com a criação de alimentos geneticamente modificados e emprego de defensivos agrícolas, é inevitável. A questão é a dose, que, se for exagerada, mata, como os medicamentos comuns.