Editorial

Perigo do Anel

Aumento de acidentes e busca de soluções


Publicado em 10 de julho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Não há na região metropolitana quem trafegue pelo Anel Rodoviário sem medo. Neste ano, já foram 924 acidentes na via, o que equivale a praticamente uma colisão a cada quatro horas e meia, sendo que, deles, um terço deixou mortos ou feridos. E o número cresceu em relação ao ano passado, como revelou reportagem de O TEMPO na edição de sexta-feira (9.7).

Criado na década de 50 como uma forma de aliviar o tráfego da capital e desviar os veículos pesados das rodovias federais que cruzam Belo Horizonte das regiões habitadas, o Anel Rodoviário nitidamente não dá mais conta dessa função. Estima-se que, atualmente, mais de 30 mil pessoas vivam nas áreas cortadas por suas pistas, que recebem um tráfego diário de 160 mil veículos – e, destes, 60% estão apenas de passagem em direção a outras localidades.

Entra ano, sai ano, o Anel recebe mais promessas do que obras. No Orçamento do Ministério da Infraestrutura aprovado para 2021, não havia recursos previstos para ele. No início de julho, o ministro Tarcísio de Freitas afirmou que há estudos para a construção de áreas de escape e manutenção, mas não citou datas.

Mesmo recursos básicos, como radares para controle de velocidade, escasseiam em função da falta de dinheiro e da renovação de contratos. Dos 31 equipamentos que havia em 2020, somente 21 estão operando. E, em 15 km – mais da metade do perímetro – não há um radar sequer.

A boa perspectiva vem do Rodoanel metropolitano, uma obra de R$ 4,5 bilhões cujo edital está previsto para ser lançado em novembro e que reduzirá em, pelo menos, 60% o volume de veículos no Anel atual. Assegurar sua execução é mais do que oferecer uma solução viária, é dar esperança de que mortes desnecessárias continuem a ocorrer por falta de empenho.

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