Os brasileiros – inclusive os mineiros – não levam muito a sério a necessidade de se vacinar contra as doenças que, volta e meia, nos assaltam. A preocupação se restringe aos pais, que atendem as campanhas do governo, sobretudo quando surge um surto.
Grande parte dos adultos ignora a importância de se imunizar. Um terço das pessoas com mais de 16 anos não sabe onde deixou seu cartão de vacinação. Estes se comportam com um excesso de confiança, esperando que a sorte os proteja de algum mal.
O índice dos que não se protegeram chega a 70% para algumas doenças, segundo verificou uma pesquisa realizada por uma organização do mercado farmacêutico. Eles não se vacinaram ou não sabem se foram na ocasião a um posto de saúde com esse fim.
A falta de vacinação explica o retorno de algumas doenças que, em décadas passadas, chegaram a ser erradicadas completamente no país. Um exemplo é a febre amarela, que recentemente voltou com toda força, mobilizando as autoridades da área.
Apesar disso, encontram-se com facilidade pessoas que não se imunizaram contra a febre amarela, não obstante a campanha feita e o fato de a vacina ser gratuita. Só faltou o sujeito procurar um posto de saúde. Para as autoridades, os resultados não surpreendem.
A vacinação cria um cinturão de segurança que protege as pessoas que se imunizam e também as que não o fazem. Com as pessoas vacinadas, as doenças não se transmitem de uma a outra. Quanto mais pessoas imunizadas, menores as chances de transmissão.
A vacinação é a forma mais eficaz e segura de prevenir doenças como o HPV, a tuberculose e o sarampo. O risco não é só para a pessoa, mas para a comunidade. Sendo assim, o ato de se imunizar é também um gesto de cidadania de que carecemos.
Só falta o Estado obrigar que todos os cidadãos se vacinem. Projetos existem nesse sentido.