Reforço na vacina

A partir do próximo dia 15, idosos e pessoas com comprometimento do sistema imunológico, receberão a terceira dose da vacina contra a Covid-19. A decisão, anunciada ontem pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reflete uma preocupação com a infecção e até com a morte de pessoas imunizadas e o avanço da variante delta em território nacional.

Pelo menos outros 14 países adotaram medidas semelhantes, como Estados Unidos, Chile e Israel, que enfrentam um novo repique de contágio.

No Brasil, a média móvel de casos, em torno de 28 mil diários, é a mais baixa em nove meses, assim como a média móvel de mortes (730 por dia) é a menor desde 6 de janeiro. No sentido inverso, crescem as ocorrências da variante delta, que, na terça-feira, chegaram a 1.045, segundo dados do Ministério da Saúde. Em Minas, onde há pelo menos 91 registros na SES, os especialistas projetam que a delta se tornará dominante em questão de semanas.

Ainda não há um volume significativo de estudos sobre a terceira dose – uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde em parceria com Oxford ficará pronta apenas em outubro –, mas os sinais são promissores. Israel contabiliza queda de um terço na taxa de adoecimento de pessoas com mais de 60 anos após a terceira dose. Com relação à AstraZeneca, constatou-se um aumento de 18 vezes na taxa de anticorpos.

Uma preocupação é se, com o reforço, haverá vacina para todos. Hoje, o Brasil tem apenas um quarto da população totalmente imunizada, e, para completar o programa, o ministério projeta contar com 600 milhões de doses até o fim do ano. Assim, a saúde e a segurança da população dependerão de os fabricantes internacionais da vacina cumprirem sua parte nesse acordo.