Muitos fatores concorreram para Minas vivenciar o mais grave surto de dengue da história em 2024. Com 288 óbitos por dengue e outras 720 mortes em investigação, o Estado atingiu o recorde de vidas perdidas pela doença em um ano. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O surto está intrinsecamente ligado às condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti e às falhas na gestão da saúde e da vacinação.
O aumento das chuvas e das temperaturas gera um ambiente propício para a reprodução do mosquito transmissor da dengue. No entanto, isso só se torna uma crise quando não são implementadas medidas eficazes de controle e prevenção.
A gestão da saúde desempenha um papel crucial na contenção de surtos de doenças como a dengue. É imperativo que os governos municipal, estadual e federal assumam suas responsabilidades nesse sentido. Isso inclui investimentos em programas de conscientização da população, ações de controle do vetor, como a eliminação de criadouros do mosquito, e garantia de acesso à vacinação para todos.
O desenvolvimento do método Wolbachia foi um trunfo no Estado no combate ao Aedes aegypti. A tecnologia que altera geneticamente o mosquito e a sua transmissão, agora, deve ser ampliado no território mineiro. Principalmente enquanto a produção e a distribuição de doses ainda não é universalizada.
Um acordo de parceria de desenvolvimento produtivo entre o laboratório Takeda e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção da vacina Qdenga no Brasil. A celeridade dessa iniciativa é fundamental para que o país ganhe independência na proteção de sua população.
A crise atual de dengue em Minas Gerais é um lembrete sombrio dos perigos das arboviroses e da necessidade de ações decisivas para proteger a saúde pública. Não podemos mais nos dar ao luxo de ignorar os sinais de alerta. É hora de agir com determinação e solidariedade para salvar vidas e garantir um futuro mais saudável para todos.