Enquanto arruma as malas para viajar no feriado da Semana Santa, o mineiro deve se preocupar também com a condição das estradas. São 41 pontos de bloqueios e intervenções nas rodovias estaduais, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais.
Chama atenção a recorrência das falhas a cada monitoramento, fruto da ineficiência dos gestores em reparar os danos com rapidez e de maneira duradoura.
Além do reparo imediato das falhas já existentes, é fundamental atingir a causa estrutural desses danos.
Todo investimento na infraestrutura rodoviária é válido, tendo em vista os impactos e riscos que os problemas na pista exercem sobre a fluidez do trânsito, o custo do transporte e a segurança dos usuários.
O movimento intenso das estradas no feriado e a má qualidade do asfalto são uma combinação letal, que transforma o período de descanso e lazer em tragédia para milhares de famílias. Mais de 10% das mortes e dos acidentes em rodovias no Brasil acontecem em Minas.
A falta de sinalização é outro fator que pesa contra a segurança do viajante, muitas vezes pouco familiarizado com o trecho. Um estudo da CNT divulgado em dezembro do ano passado aponta que 75,3% das estradas mineiras têm problemas relacionados com a sinalização. Ao lado dos turistas, os trabalhadores do volantes são expostos com frequência aos riscos.
Os prejuízos do descaso com a malha viária se estendem até ao setor produtivo. A má qualidade do pavimento eleva o consumo de diesel e encarece o custo operacional dos transportes em 25%, em média, de acordo com estimativa da CNT. Isso aumenta o preço final ao consumidor e reduz a competitividade do produto nos mercados nacional e internacional.
Em todos os casos, caberá à sociedade civil e aos órgãos de controle a fiscalização da aplicação dos recursos públicos e dos contratos, para sanar os pontos críticos que hoje colocam vidas em risco e são um obstáculo a um dos setores mais importantes da economia.