Há cerca de nove anos, quando fizemos um levantamento sobre abuso de drogas entre estudantes secundários e universitários do nosso meio a cocaína era raramente citada pelos usuários. Dos 1.700 questionários sigilosos distribuídos e coletados naquela época, talvez, pouco mais de dez referiam-se ao abuso dessa droga o que correspondia a um uso praticamente insignificante. Entretanto, nos últimos anos, observamos um aumento crescente de usuários de cocaína. Vários fatores parecem estar colaborando para essa escalada do abuso da cocaína entre nós. O principal parece resultar das dificuldades encontradas pelos traficantes internacionais em colocar a cocaína no mercado dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, principalmente, as autoridades tem adotado, nos últimos anos, uma política rigorosa de controle e repressão.
Assim, é natural que os traficantes procurem novos mercados, onde o controle e a repressão sejam menores e haja algum dinheiro disponível para sua aquisição. O Brasil, como país em desenvolvimento situado no meio da rota internacional do tráfico dessa droga, apresenta condições razoáveis para sua difusão. Devido aos motivos acima citados, o preço caiu substancialmente no mercado internacional do tráfico, tornando a droga mais acessível ao usuário brasileiro. Usuários afirmam que, hoje em dia, é mais fácil obter cocaína em Belo Horizonte do que a própria maconha.
Cocaína e Dependência. A cocaína não produz crise de abstinência ou privação pela retirada brusca da droga. Isso quer dizer que o cocainômano pode interromper repentinamente o seu uso sem grandes sofrimentos do organismo pela sua falta. Provoca, porém, uma intensa dependência, acompanhada de tal euforia que qualquer pessoa pode cair em seu uso compulsivo e irresistível. Fortaleza de caráter e maturidade psicológica - grandes barreiras ao uso de outras drogas - geralmente não protegem o experimentador de evoluir rapidamente para a dependência. Vários indivíduos bem situados e que venceram em suas carreiras profissionais pelo seu trabalho intenso e bem sucedido, têm-se tornado dependentes dela. Nos Estados Unidos, por exemplo, ela tem sido considerada a droga dos executivos, e não propriamente de jovens imaturos ou de adolescentes, apesar de o número destes últimos ter aumentado.
Efeitos imediatos da cocaína. Quando o indivíduo fuma a chamada "pasta básica de coca", os efeitos observados são: euforia, tagarelice, irritabilidade, comportamento estereotipado, insônia, perda de peso e psicose tóxica (alucinações, delírios, confusão mental). Devido à presença de restos de ácidos e solventes empregados na sua obtenção, têm aparecido também alguns casos de fibrose (endurecimento) pulmonar. A aspiração da cocaína pura como rapé ou sua administração intravenosa ("pico"), pode produzir efeitos em poucos segundos ou minutos. A euforia dura cerca de 20 minutos, às vezes mais. Com a injeção intravenosa acontecem efeitos mentais intensos e imediatos, que desaparecem em poucos minutos. Há também o risco de acidentes graves e até morte por overdose.
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