No ar desde 7 de julho na Record, a série Paulo, o Apóstolo se apresenta como uma das grandes apostas da emissora em 2025. A superprodução bíblica revisita a trajetória de uma das figuras mais importantes do cristianismo, com direção grandiosa e um elenco de peso. No centro da narrativa está o ator Murilo Cezar, que assume o desafio de interpretar o protagonista em um momento em que religião, fé e política disputam espaço na esfera pública como nunca antes.
“Interpretar Paulo é, sem dúvida, um grande desafio”, afirma o ator em entrevista ao Observatório da TV. “Ele é uma figura que carrega um enorme legado espiritual e histórico, e eu sinto essa responsabilidade todos os dias no set.”
Ciente do peso simbólico que o personagem carrega, Murilo optou por uma abordagem centrada na humanidade de Paulo: “Busco humanizá-lo, mostrar suas dúvidas, conflitos e transformações internas. Não quero apenas representar um símbolo, mas um homem real, complexo, com falhas e virtudes, que viveu intensamente sua fé.”
A produção surge em um momento em que narrativas religiosas ganham espaço, mas também enfrentam contestação e releituras constantes. Para Murilo, esse contexto amplia a responsabilidade da dramaturgia.
“A televisão tem um papel poderoso na formação da opinião pública e na maneira como as histórias são contadas. A dramaturgia bíblica pode tanto reforçar estereótipos quanto provocar reflexão e questionamento”, afirma o ator, que observa que Paulo, o Apóstolo tenta romper com o lugar-comum ao apresentar uma narrativa mais crítica e contemporânea: “A série dialoga com temas atuais como fé, intolerância e transformação pessoal”.
Murilo destaca ainda o impacto de levar essa história a um país marcado pela diversidade religiosa. “O Brasil é extremamente plural em termos culturais e religiosos, e isso torna a recepção da série algo muito rico. A história de Paulo não é apenas sobre religião, mas sobre transformação, perseverança e luta por aquilo em que se acredita — temas universais que ressoam em qualquer cultura.”
Segundo o ator, o maior ganho da obra pode estar em provocar empatia e estimular o diálogo: “É uma oportunidade para refletirmos sobre respeito, tolerância e a complexidade da experiência humana”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de a série fomentar debates sobre intolerância religiosa ou a multiplicidade de interpretações do cristianismo, Murilo é direto: “Acredito muito nisso. Paulo viveu em uma época de muita polarização e enfrentou resistência, preconceito e intolerância — algo que infelizmente ainda vemos hoje”.
Para o ator, a trajetória do apóstolo oferece a chance de discutir temas urgentes: “Ao mostrar suas lutas internas e sua trajetória, a série abre espaço para falar sobre respeito às diferenças e pluralidade dentro das religiões”.
Por fim, ele reflete sobre o maior aprendizado ao interpretar uma figura histórica de tal envergadura. “Humanizar Paulo foi o maior desafio e também o maior aprendizado. Descobri que a força dele está justamente nas suas vulnerabilidades, nas dúvidas que enfrentou”. Evitar o clichê do herói inabalável foi, para Murilo, um caminho necessário: “Essa complexidade o torna mais próximo e real. Como ator, foi uma oportunidade de mergulhar em emoções intensas e me transformar junto com o personagem”.
Com uma entrega sensível e uma leitura contemporânea de um personagem milenar, Murilo Cezar propõe não apenas uma interpretação, mas um convite à reflexão. Paulo, o Apóstolo chegou com a promessa de ser mais do que uma narrativa religiosa: uma experiência humana.
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