A atriz Bianca Palheiras vem se destacando na superprodução Paulo, o Apóstolo, série bíblica da Record que tem movimentado o horário nobre e chamado atenção pela força de seu elenco e pela densidade emocional de suas personagens. Intérprete de Berenice, uma mulher introspectiva e emocionalmente intensa, Bianca mergulha de corpo e alma numa figura histórica com muitas camadas a serem reveladas.
Em entrevista ao Observatório da TV, Bianca reflete sobre a responsabilidade de dar vida a uma personagem bíblica, os desafios de atuar com delicadeza no não dito, e a relevância da dramaturgia de fé em tempos de excesso de informação e pouca escuta.
Loira para um novo momento
Além do trabalho intenso na novela, Bianca também vive um momento especial na vida pessoal. De visual novo — agora loira — a atriz se prepara para celebrar seu casamento com Matheus Rios, de 30 anos, no próximo dia 9 de agosto.
“Vai ser uma comemoração bem íntima, com cerca de 80 convidados, entre familiares e amigos muito próximos, pessoas que realmente fazem parte da nossa vida e acompanharam de perto a nossa história. A ideia é que seja um momento leve, especial e com a nossa cara”, revela a atriz.
“A dramaturgia bíblica ainda forma, toca e transforma”
Para Bianca, o papel da dramaturgia bíblica na televisão aberta continua sendo extremamente relevante, principalmente pela sua capacidade de tocar o público em um nível mais profundo.
“Essas histórias atravessam o tempo. Elas convidam à reflexão, à fé, à transformação. E, no mundo acelerado em que vivemos, parar para pensar sobre temas tão profundos é um presente. A dramaturgia bíblica ainda exerce sim uma influência formadora”, afirma.
Berenice: silêncio, profundidade e intensidade
A personagem vivida por Bianca é carregada de intensidade interna. Introspectiva, ela expressa mais com o olhar do que com as palavras — e foi justamente nesse silêncio que a atriz encontrou um dos maiores desafios (e prazeres) do papel.
“Ela sente muito, mas quase não expõe. Foi um exercício de contenção, escuta e sensibilidade. Me tirou da zona de conforto e me permitiu explorar novas camadas como atriz e como pessoa.”
A diferença entre o contemporâneo e o sagrado
Ao comparar produções bíblicas com novelas contemporâneas, Bianca destaca a força simbólica e o senso de missão presentes nesse tipo de projeto.
“Não estamos apenas interpretando — estamos representando um pedaço da história. Existe um compromisso com o sagrado, com o contexto da época, e também uma entrega emocional que transcende o entretenimento.”
Entre o sagrado e o humano
Acostumada a participar de produções com temas históricos e religiosos, Bianca revela que seu processo de trabalho passa sempre por um ponto de equilíbrio: respeitar a espiritualidade das personagens sem perder sua humanidade.
“São histórias de pessoas reais, que sentiram medo, culpa, amor, dúvida… sentimentos que continuam muito presentes até hoje. Meu trabalho é encontrar esse ponto de conexão e trazer verdade para esses momentos tão simbólicos.”
Religião, política e mídia: o cuidado com a mensagem
Vivendo em um tempo em que religião e política frequentemente se misturam no debate público, a atriz fala com responsabilidade sobre o impacto de personagens com forte carga simbólica.
“Berenice existiu. Ela carrega em si questões sensíveis que podem provocar diferentes leituras. Meu papel é dar vida a essa mulher em sua complexidade, sem julgar, sem suavizar. Histórias profundas geram debates — e isso é positivo.”
A força do não dito
Sobre a experiência de interpretar uma personagem que comunica mais pelos gestos do que pelas falas, Bianca é categórica: foi desafiador e transformador.
“Alimentar esse mundo silencioso por dentro para que ele transparecesse na câmera, sem precisar dizer nada, foi um exercício maravilhoso como atriz. É um tipo de presença que exige escuta, conexão e muita verdade.”
A importância da renovação nos elencos bíblicos
A presença expressiva de jovens talentos no elenco da novela também é um ponto de destaque para Bianca, que vê na renovação uma ponte entre passado e presente.
“Quando o público vê rostos novos, ele se reconhece. Isso aproxima, cria identificação e torna tudo mais acessível. Levar novas vozes para dentro dessas histórias é manter viva a arte e convidar o público a se ver ali também.”
Você está lendo um conteúdo originalmente publicado no Observatório da TV. Confira mais em: https://observatoriodatv.com.br