Faltam pouco mais de cinco meses para o início da Copa do Mundo do Catar e, nesta segunda-feira (6), a seleção brasileira fechou mais um período de amistosos em uma data Fifa. Duas partidas, na Ásia, contra Coreia do Sul e Japão, seleções que não estão na prateleira mais alta do futebol. Outro encontro, agora, só em setembro, ainda sem adversário(s) definido(s).

Enquanto isso.... no mesmo período, seleções tradicionais e que devem lutar pela taça no Catar, se preparam em testes mais qualificados. Isso será um diferencial no Mundial? Pode ser. Alguém ganhou uma Copa só porque fez jogos prepatórios de mais qualidade? Talvez não. Mas o fato é que é preciso entender melhor o que está acontecendo.

Com a criação da Liga das Nações, uma ótima ideia, por sinal, as seleções europeias duelam regularmente com equipes de porte equivalente. Para ficar em um exemplo apenas, Alemanha, Inglaterra e Itália estão em um mesmo grupo e, enquanto o Brasil jogava contra seleções de qualidade inferior na Ásia, as três gigantes fazem partidas de melhor nível, nas quais são realmente testadas.

A Liga das Nações reduziu o espaço na agenda das principais seleções europeias, mas isso não pode ser apenas a desculpa para que o Brasil se acostume a não jogar contra os gigantes. O que pode ser feito? Deixo aqui duas ideias: reformular o regulamento das eliminatórias sul-americanas, com 18 jogos que também agregam pouco. Uma divisão em grupos talvez ajude. Vale também repensar a periodicidade da Copa América, que aumenta a repetição de jogos pouco atrativos entre os sul-americanos.

A Copa do Mundo de 2022, ao contrário das anteriores, vai ser disputada no meio da temporada europeia. Ou seja, os gigantes europeus não vão chegar com suas estrelas estafadas como seria em junho/julho. De quebra, seguem jogando partidas de nível melhor e, na minha avaliação, se qualificando em um outro patamar. Essa reunião de fatores pode ser, sim, um diferencial.