O padre Danilo César, pároco da cidade de Areial, da Diocese de Campina Grande, Paraíba – que na mídia, está em silêncio sobre o assunto – foi denunciado por intolerância religiosa, após fazer declarações consideradas ofensivas a religiões de matriz africana durante a Missa de Sétimo Dia para a cantora Preta Gil.
As declarações do padre Danilo, registradas em vídeo e compartilhadas nas redes sociais, tiveram forte repercussão. E respeitando a crença do padre e sem querer ofendê-lo, creio que o momento foi impróprio para as suas declarações contra a crença da cantora em Orixás da Umbanda e do Candomblé. Foi no momento da homilia, em que falou também o pai de Preta Gil, Gilberto Gil. O padre disse: “Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?”. Porém, a ressurreição dos mortos é no Juízo Final. E até Jesus só foi ressuscitado pelo Senhor Deus Pai! (1 Coríntios 15).
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza, a registrou boletim de ocorrência por intolerância religiosa.
Jesus e as religiões
Jesus nos demonstrou que nós não devemos condenar outras religiões diferentes das nossas. Um exemplo disso bem claro, embora pouco comentado por padres e pastores, está no Evangelho (Mateus 15:21-28). Ele envolve a mulher cananeia, cuja religião é totalmente contra o judaísmo e o cristianismo – ambos monoteístas , enquanto que a religião dela era politeísta com vários deuses e deusas. Entre os mais conhecidos estão El, Dagon e Baal muito combatido pelo profeta Elias, mais ou menos em 850 anos aC, ou seja, no tempo do rei Acab, do qual Elias mandou degolar 400 soldados.
Politeísmo
A religião politeísta dessa mulher cananeia – assim chamada porque ela era da região de Canaã, hoje Israel e parte da Palestina – é hoje a religião dominante em vários países do Oriente Médio, entre eles o Egito, Jordânia e Líbano. A mulher cananeia, ela própria, deu-nos o exemplo de que devemos respeitar o valor das outras crenças, pois, apesar de sua religião politeísta ser totalmente contrária à judaica monoteísta de Jesus, ela buscou a sua cura no judaísmo de Jesus Cristo.
E essa mulher, que podemos dizer que era ecumênica exemplar, teve essa sua fé muito elogiada por Jesus, ao dizer que grande era a fé dela, como se pode ver na referência do Evangelho acima citada.
O costume de muitos cristãos se apegarem excessivamente à sua crença e condenar as outras, na verdade, é fruto do nosso eu inferior e não do nosso Eu Superior, Cristo Interno ou o Espírito imortal de cada um de nós em luta constante contra as coisas de nosso ego inferior ou da carne fraca, como disse Jesus!
PS: Com este colunista, professor de português e literatura aposentado, “O Espiritismo na Bíblia” na TV Mundo Maior e palestras e entrevistas em TVs (YouTube e Facebook). Seus livros estão, também, na Amazon, inclusive, os em Inglês, e a tradução da Bíblia (Novo Testamento). Cássia e Cléia.