JOSÉ REIS CHAVES

Pela Bíblia e Kardec, Javé não é o Deus Pai nosso e de Jesus

Redação O Tempo


Publicado em 12 de dezembro de 2011 | 00:00
 
 
 
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Javé é um Espírito protetor do povo hebreu que mais se manifesta no Velho Testamento, e que foi confundido com o próprio Deus, que jamais se manifestou diretamente na Bíblia e em lugar nenhum e a ninguém.

Até Moisés se enganou, temporariamente, quanto a Javé, tomando-O como se fosse o Deus absoluto e verdadeiro. E assim também pensavam os teólogos do velho e do novo Testamento. E ainda, até hoje, assim pensam muitos judeus e cristãos. É o que davam a entender estes textos: "Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo..." (Êxodo 33:11); "Eu sou o Senhor vosso Deus" (Levítico 19:31 e 34); e "Eu sou o Senhor" (Levítico 19:37; e 22: 2 e 3). Se se tratasse de Deus mesmo, Javé não teria essa grande preocupação de se identificar como Deus, que não tem nenhuma necessidade.

Todos os povos têm um espírito protetor especial. É o caso de Javé com o povo hebreu, conforme nos ensina também Kardec. Javé, realmente, sempre se apresentou como sendo um defensor do povo hebreu. E pelas suas características, Ele é um espírito humano imperfeito, pois é ciumento, guerreiro, vingativo e discriminador de pessoas e povos, quando a própria Bíblia afirma que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34; Romanos 2:11; Deuteronômio 10:17; Gálatas 2:6; e 1 Pedro 1:17). Javé até se arrepende de ter criado o homem (Gênesis 6:6). E quem se arrepende de ter feito alguma coisa, é porque errou. Ora, Deus é infalível, não erra. Alguém poderia dizer que, quando esse texto fala que Deus se arrependeu, se trata de uma figura de linguagem, e que ele não pode, pois, ser interpretado literalmente. Mas para o povo judeu antigo assim Javé era visto. E não é que esse povo antropomorfizou Deus, já que Javé era mesmo um espírito humano. Mas parte do cristianismo antropomorfizou Deus, transformando-O em pessoa, e Javé no próprio Deus absoluto, como estamos vendo. O Deus absoluto e verdadeiro é o Pai (e Mãe) de Jesus e de todos nós.

Moisés que, como vimos, disse ter falado face a face com Deus, mais tarde, corrige esse seu equívoco, falando que Deus lhe teria dito: "Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá" (Êxodo 33:20). Na verdade, um espírito (anjo) lhe falou em nome de Deus. João, o Evangelista, afirma também: "Ninguém jamais viu a Deus" (1 João 4:12). E Jesus o confirma, dizendo que ninguém jamais viu a Deus (João 1:18).

Como se vê, a Bíblia tem coisas que se divergem entre si, pelo que temos que estudá-la com todos os recursos da ciência e da razão, para que possamos entender corretamente a sua verdadeira mensagem do mundo espiritual para nós, mensagem essa muito importante para nós, a ponto de a chamarmos de divina, pois, de fato, ela contém verdades divinas essenciais para nós, isto é, de amor a Deus e ao próximo de modo incondicional. Mas saibamos separar o joio do trigo, pois ela tem ouro, mas tem também cascalho, escrita que foi por homens. "Ontem, a Bíblia dirigia a ciência, hoje é a ciência que a dirige".

E, conforme Êxodo 15:3, Javé é mesmo um espírito humano: "O Senhor é homem de guerra; Senhor é o seu nome".

PS:

1) Lançado o livro em quadrinhos "Kardec", de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa, Ed. Barba Negra, prefácio de Marcel Souto Maior, autor de "As Vidas de Chico Xavier".

2) Viagem ao Egito e Israel com o experiente cicerone espírita professor Severino Celestino. Contatos: rwturismo@rwturismo.com.br e (11) 3667-3506 (Márcia ou Wanda).

 

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