Funcionando no Parque de Exposições, a Superintendência de Proteção e Bem-Estar Animal de Betim (Sepa), como é conhecida, foi criada para atender animais em situação de sofrimento e suprir a grande demanda de cães e gatos a serem castrados.
Descubro que uma cadela pode parir de uma a duas vezes por ano, e as gatas, até seis vezes, tendo em média de quatro a oito gatinhos por gestação. Muitas vezes, esses filhotes acabam nas ruas, abandonados à própria sorte, assim como foram os seus pais.
Propensos às mais variadas doenças, como cinomose, leishmaniose, parvovirose e raiva, nos cães, e esporotricose, entre outras, nos gatos, esses animais têm suas vidas marcadas por provações e infortúnios. Vagando nas ruas, no frio, com sede, com fome e ainda correndo o risco de serem escorraçados, chutados ou até mesmo apedrejados, no limite máximo da crueldade.
Exagero? Não, infelizmente esta é uma realidade, tão cruel como a das pessoas que amarram seus cães em correntes ou cordas curtas, com escassez de espaço, alimentos e água, debaixo de sol ou de chuva. E ainda, quando se tornam velhos ou debilitados, são abandonados.
Em dias de pandemia, o abandono de animais teve um expressivo aumento, seja por se acreditar (erroneamente) que eles são transmissores da Covid ou pela dificuldade financeira que se abateu sobre a população. E aqueles que viviam nas ruas passaram a ter ainda mais necessidades durante a quarentena.
As denúncias de maus-tratos também são uma constante. Canis funcionando como fábricas clandestinas de filhotes deveriam ser extintos e levar seus proprietários a cumprir penas mais duras pelos crimes cometidos, não apenas no papel, já que a lei existe para isso. E as maldades parecem não ter fim.
Jogado do alto, dentro de um rio, em estado de profundo sofrimento, um cão adulto foi resgatado pela Guarda Municipal. Quando o recebemos, nada mais a se fazer a não ser extinguir para sempre a sua dor. Uma dor que chega a doer fundo na gente.
Por outro lado, nada mais gratificante que ver um animal doente, abandonado à própria sorte, ser tratado, curado, castrado, microchipado e, depois, doado a quem lhe dispensará o carinho e os cuidados necessários.
Nunca canso de dizer que não existe amor mais puro, mais gigante e incondicional que o amor de um cão. Ao lado deles, nunca estamos sozinhos, são eles a nossa melhor terapia, nossas melhores curas. Nada questionam, nada cobram, basta a nossa presença para estarem felizes, pois, enquanto temos casas, filhos, livros, trabalho, viagens... eles apenas nos têm.
Sempre que meus amigos olham para minha pit-lata, Vlora, costumam brincar: essa aí ganhou na Mega-Sena! Acarinhando seus pelos tigrados, penso que na Mega-Sena quem ganhou fui eu. Quem a abandonou numa estrada, no meio do nada, com apenas 4 meses, não imagina nem de longe o que perdeu.
Ao caminhar entre os canis da Sepa, torço para que outras pessoas, assim como eu, ganhem também suas “Mega-Senas”. Que elas sejam regaladas por esses seres iluminados e abençoados que, a cada dia, nos tornam melhores e mais felizes.
Quem deseja adotar cães ou gatos, filhotes ou adultos, na Sepa, venha nos visitar: rua do Rosário, 1.840 (Parque de Exposições), bairro Angola. Telefone para agendamento e informações: (31) 3593-8132.
Para denunciar m
aus-tratos, ligue para (31) 9830-2954.
Ao deputado federal Fred Costa, que alavancou os mutirões de castrações em Betim, e ao deputado estadual Osvaldo Lopes, que viabilizou a aquisição de novos equipamentos à Sepa – ambos por meio de emendas parlamentares –, além de abrirem portas para outros parceiros da causa animal, o nosso muito obrigado.
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