O ano do futebol brasileiro acabou – ou quase. Ótimo para uns, melancólico para outros e decepcionante para a maioria. É difícil premiar tanta gente sendo que temos duas competições em nível nacional e raras em nível internacional. Para finalizar 2018, resta apenas ao Atlético-PR desafiar o Junior Barranquilla pela final da Copa Sul-Americana.
Fazendo uma análise mais clara do futebol apresentado e também dos resultados, é claro que Palmeiras e Cruzeiro sobressaíram em relação aos demais. A Raposa levou dois títulos, sendo o Mineiro e a Copa do Brasil, foi até as quartas de final da Libertadores e finalizou o Brasileirão no modesto oitavo lugar. Poderia ter feito mais no Nacional, mas preferiu priorizar as competições eliminatórias em detrimento da liga. Não é o ideal, mas faz parte, ainda mais com o futebol caro do jeito que está. A manutenção de Mano Menezes é uma lição importante para os rivais do time celeste.
No caso do outro Palestra, ser campeão brasileiro mostra o quanto o investimento nas mãos do diretor de futebol Alexandre Mattos surtiu efeito. Mesmo com troca de treinador durante a temporada, a escolha de Luiz Felipe Scolari, além da manutenção de uma equipe forte em todas as disputas, fez com que o time caísse apenas para o rival azul de Belo Horizonte e para o Boca Juniors.
O Internacional merece uma menção mais do que honrosa. Terminar na terceira colocação após uma Série B, em 2017, é digno dos grandes feitos. O orçamento na Segunda Divisão é muito menor, e, para voltar à realidade, o trabalho precisava ser refeito. E o Colorado conseguiu isso de maneira gigante.
O Atlético, que terminou a Série A na sexta posição, fez também uma temporada digna. Já sabíamos que o clube enfrentaria problemas, que teria suas dificuldades – e não jogar a Libertadores dificultava ainda mais o trabalho. Ao contrário do ano passado, no qual a equipe se sagrou campeã estadual e ficou fora da Copa Libertadores, desta vez levou a vaga na competição internacional e ficou com o vice no Mineiro. Mas cá entre nós: o futebol de hoje se exige o continental, mesmo que o preço seja a perda de um troféu do Estadual.
Em relação aos outros gigantes, como Grêmio, São Paulo, Flamengo e Corinthians, quem se saiu pior foi o clube do Parque São Jorge. Mesmo chegando à final da Copa do Brasil, ficou fora da Libertadores, com um posicionamento ridículo no Brasileirão. No caso rubro-negro, o investimento foi pesado para levar alguma grande conquista, mas acabou sucumbindo a equipes mais organizadas. Já os tricolores tiveram algumas oportunidades ao longo do ano, mas as vagas para a Libertadores serviram de consolo.
Na parte mais profunda da tabela, tivemos a queda de dois grandes do Nordeste: Vitória e Sport, que não fizeram nem metade do que deveriam. Uma perda irreparável ao futebol da região.
Outro que fez quase tudo certo, mas acabou cometendo equívocos no fim, foi o América. Não dá para crucificar o atacante Luan pelo pênalti desperdiçado, mas, faltou força para bater o cambaleante Fluminense. Em que pese o jogo, manter Adílson Batista ao longo do segundo semestre foi um erro, que o clube vai ter que pagar com a Série B do Brasileiro. Infelizmente.