Matheus Vieira

As adaptações exigidas pela pandemia

Cases de resiliência, adequação e criatividade para sobreviver à crise


Publicado em 30 de maio de 2020 | 03:00
 
 
 
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Juntamente com a Covid-19, espalhou-se uma grande preocupação com o cenário econômico. Os efeitos já estão sendo sentidos por empresários e investidores do mundo inteiro, inclusive do Brasil. O aumento diário do número de infectados e as medidas de isolamento social, adotadas pelas autoridades para conter o avanço da doença, devem exercer um impacto de dimensões imprevisíveis nas empresas de praticamente todos os segmentos em médio e longo prazo.

Os números não são nada animadores. Segundo um levantamento do Sebrae, que ouviu mais de 6 mil empreendedores em abril, o número de micro e pequenas empresas que já sucumbiram à crise chega a 600 mil no Brasil. Além disso, cerca de 9 milhões de funcionários já foram demitidos.

No entanto, em meio à tantas preocupações e incertezas, existem aqueles que estão conseguindo se reinventar e manter seus negócios durante a crise. Por mais que os hábitos de consumo das pessoas tenham se transformado drasticamente, as demandas ainda existem. São estratégias que alcançam diferentes níveis de efetividade, mas servem de inspiração em tempos como esse.

Por ter como uma de suas principais características o fato de manter as pessoas em casa, as empresas que atuam na área do turismo foram algumas das mais afetadas pela pandemia no primeiro momento. Mas isso não significa que tudo está perdido. A identificação e adequação às novas demandas é fundamental.

Foi justamente esse o investimento realizado por algumas empresas da rede hoteleira de São Paulo, como Ibis Guarulhos, Sleep Inn e Mercure Guarulhos. Juntos, eles criaram o projeto Tarifa Especial Solidária, que oferece condições especiais à profissionais de saúde. A iniciativa gera benefícios mútuos. Enquanto os hotéis mantêm alguma receita, os médicos e enfermeiros conseguem se manter isolados e preservar a saúde de suas famílias.

No comércio, além das iniciativas como e-commerce e delivery, que já vinham conquistando espaço mesmo antes da pandemia, uma nova modalidade de atendimento aos clientes tem ganhado força. Diante da impossibilidade de promover aglomerações, algumas unidades de lojas como C&A e Cacau Show aderiram ao modelo de Drive Thru para entregar aos consumidores os produtos previamente escolhidos e devidamente higienizados.

A criatividade também está salvando muitas empresas do setor de serviços, como as academias. A rede SELFIT, por exemplo, aproveitou o momento para aumentar sua presença online. Além de criarem a campanha "Em casa do seu jeito", que promove lives gratuitas diariamente com dicas fitness, eles ampliaram os investimentos em aplicativos exclusivo para os alunos, voltado para treinos e nutrição.

Ainda é cedo para avaliar com precisão a eficácia de tais medidas, mas é certo que elas trazem lições valiosas sobre a importância da criatividade e da resiliência para o empreendedorismo. Não há uma receita de bolo para a superação da crise. Por isso, a capacidade de adaptação será decisiva para a sobrevida dos negócios.

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