O mundo vive um momento de transformação, em todos os sentidos, e isso também acontece no meio empresarial. Uma das principais modificações está na forma como os colaboradores se comportam, na maneira como eles enxergam a empresa onde atuam e, ainda, em relação às suas expectativas pessoais e profissionais. Hoje, o funcionário trabalha para viver, em vez de viver para trabalhar, como fazia no passado. Se, antes, buscava uma colocação no mercado, com o objetivo primário de conseguir uma remuneração atrativa, hoje, ele quer conciliar satisfação e autorrealização com uma remuneração igualmente agradável.
Essa nova postura é reforçada por um estudo feito, no início de março deste ano, pela Love Mondays, plataforma do portal Glassdoor, que divulga avaliações de colaboradores sobre empresas. Dos entrevistados, 45,6% das mulheres e 40,3% dos homens consideram que conseguir “superar desafios e se desenvolver” é o principal indicador de valorização do colaborador dentro de uma empresa. A alternativa “ter um bom salário” foi a quinta opção entre as mulheres (9,3%) e a quarta entre os homens (13%), ficando atrás de pontos como “trabalhar com um propósito maior” e ter “estabilidade no emprego”.
Outro dado, também apresentado pela Love Mondays, mostra como esse é um momento ideal para que as empresas aproveitem as percepções dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho para investir em melhorias. A plataforma reuniu informações de mais de 1,9 milhão de avaliações de espaços, processos seletivos e benefícios para mapear a felicidade dos profissionais brasileiros. O site concluiu que o indicador de satisfação no trabalho subiu de 3,59, no último trimestre de 2017, para 3,66, no mesmo período, em 2018, em uma escala de 0 a 5.
Diante disso, para se adaptar a essa nova postura dos profissionais, as organizações podem começar com ações de valorização, disseminação da cultura e ambientação do colaborador para que ele se sinta, de fato, parte da empresa, alcançando bons níveis de produtividade e resultados, mas equilibrando sua saúde mental, dentro e fora do ambiente profissional.
Outro ponto é a transparência nos processos seletivos, que, inclusive, foi um dos itens tratados pela Love Mondays, que considera esse aspecto uma das tendências para 2019. Em pesquisas, o site identificou que uma das principais queixas dos candidatos é o fato de não receberem um retorno da empresa, o que atrapalha a experiência dele e é prejudicial à imagem da organização. Investir nesse fator é um caminho para outro aspecto, que é a realização de processos seletivos que contem com a tecnologia para identificar profissionais cada vez mais alinhados às expectativas da empresa, e vice-versa.
Todos esses indicadores estão apontando para um novo momento da sociedade e do mercado de trabalho. A indústria 4.0 tende a fazer com que as máquinas exerçam o papel que, por muito tempo, foi responsabilidade do homem. Agora, o colaborador e a própria organização podem investir tempo e recursos em ações que resgatem o prazer pelo trabalho, associado ao propósito de vida.