O mês de maio trouxe para os brasileiros cenas que pareciam pertencer ao nosso passado. Em virtude da paralisação dos caminhoneiros, o caos se instalou na maior parte das cidades brasileiras. Os postos não tinham combustível para ser vendido. Produtos sumiram das prateleiras dos supermercados. Com o desabastecimento, os preços foram às alturas. Muitos compromissos tiveram de ser adiados. Muitas pessoas ficaram sitiadas em suas casas. Passados alguns dias desse tormento e com a situação de abastecimento já normalizada em quase todo o país, é hora de refletir sobre os impactos que o caos teve e ainda terá na vida financeira dos brasileiros.
Com a paralisação geral das atividades, muitos negócios deixaram de ser feitos. E isso trouxe um prejuízo muito grande para muitas pessoas. Na semana passada, em ao menos duas ocasiões, pude acompanhar de perto essa situação. Em uma empresa onde estou dando consultoria, as vendas no período da paralisação foram 75% menores do que era esperado. Em outras palavras, de cada R$ 4 que a empresa esperava ganhar, acabou recebendo somente R$ 1. E as contas não diminuíram. O mês fechou com um bom prejuízo.
Em Montes Claros, onde eu estava para dar aula no fim de semana, um motorista da Uber me disse que ficou dez dias parado. Com a falta de combustível na cidade, era impossível rodar. Ele teve que recorrer a uma economia que estava fazendo para reformar sua casa. Caso contrário, as contas estariam atrasadas em virtude da diminuição dos ganhos.
Outra grave consequência foi a subida generalizada dos preços. Com a diminuição da oferta de vários produtos, uma vez que as entregas por parte dos produtores não podiam ser realizadas, os preços subiram. Os jornais deram destaque aos valores que chegaram a ser cobrados por um quilo de batatas ou uma dúzia de ovos.
A normalização do abastecimento, infelizmente, não trouxe o retorno dos preços ao patamar anterior. Muitos comerciantes aproveitaram o momento para reajustar seus preços. Vivi na semana passada essa situação. Estava no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, para embarcar rumo a um compromisso profissional, e resolvi tomar café em uma das cafeterias do aeroporto. Tinha o hábito de tomar um café por lá antes de embarcar. Quando estava no caixa e já preparado para pagar R$ 5,90 por meu café (que já é um preço alto), a atendente informou o valor da despesa: R$ 7,50. Eu disse que devia haver um engano, mas ela confirmou o reajuste. De 25%. Não há nada que justifique tal aumento. Minha reação foi dizer que eles haviam acabado de perder um cliente. Não volto lá mais.
E acredito que esse deve ser o comportamento de cada um de nós. Diante de um aumento de preços significativo e em um momento em que não há justificativa para tal, a melhor ação é buscar a concorrência.
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