Mesmo tendo passado por chuvas e temporais acima da média que colocaram o estado em sinal de alerta neste janeiro, vamos avançando a fevereiro. Ainda os sinais da pandemia nos perseguem, ainda os desafios destes cenários nos colocam em atenção. As datas apenas criam limites e fases, mas a vida nunca perde seu fluxo.
Mesmo que ainda envolvidos pelos balanços dos projetos de fim de ano, as novas projeções, metas e objetivos para esta nova fase ainda preocupam. Tenho ouvido muitos relatos de ansiedades e inseguranças para o novo mês que se colocam à nossa frente justamente causados por essa fantasia: podemos suspender os processos na nossa vida por um tempo! Ao falar de processos, me refiro a esse fluxo constante nos acontecimentos, na sequência da vida de cada um que tem início, meio e fim.
Vida familiar tem processos, relacionamentos têm processos, vida profissional tem processos, vida pessoal tem processos, até nossos descansos e hobbies têm processos. Ou seja, tudo vai demandar tempo, espaço, programação, investimento, datas, entregas e conclusões. Construir essa ideia de que as férias ou o fim do ano retiram da nossa mente os processos pode causar angústia e ansiedade. Planejar e pensar as nossas ações não é uma opção: é uma condição que gera sentido ao que se faz!
Escutei isso, nesta última semana, de um cliente de mentoria terapêutica. Ele, novo, estudante de direito, sonha em mudar de profissão, escolher outra carreira. Está concluindo o curso em que está atualmente matriculado para não perder a caminhada e agregar com o olhar da primeira graduação as outras buscas que pretende.
Falava, em seus relatos, sobre a ansiedade da volta, uma angústia que lhe invade em todo recomeço. Mesmo que isso seja muito comum, os novos cenários das atividades remotas, dos encontros virtuais, trouxeram um tempero mais forte quando se fala em controle emocional. O legado dos distanciamentos sociais e dos momentos de solidão ainda vão falar alto.
Somos seres biopsicossociais e seremos afetados por necessidades, medos, angústias e culpas quando nos deixamos desconectar nessa tríade. Mas como amenizar esta angústia? Como encontrar métodos para suavizar esses impactos? As perguntas do jovem estudante universitário me fizeram pensar. Juntos pensamos em algumas formas e pensei em compartilhar! Escrevemos dez. Vamos de cinco em cinco para você, leitora e leitor, guardar e compartilhar:
Primeiro: mesmo com uma agenda cheia com os horários da universidade, insira outros compromissos sociais que ajudem a suavizar a semana. Nada tão intenso – uma ligação, um encontro rápido –, mas esquecer sua vida social também não ajuda. Segundo: humanize seus espaços de estudo.
Mesmo estudando no quarto, na sala ou em outros ambientes compartilhados, coloque perto de você elementos que lembrem você dos seus vínculos. Uma foto pode ajudar. Terceiro: intercale momentos de muita concentração com descansos visuais. Não precisa parar por uma hora; alguns minutos podem ajudar a sua mente a se renovar.
Mas, veja, não é para se perder nas redes sociais e ficar por lá, na fantasia. Quarto: inclua momentos de atividade física. Vale tudo: polichinelo, abdominais, agachamentos, flexões. Um profissional pode te ajudar a compor algumas séries boas e rápidas. A questão é o ritmo, não a intensidade. Quinto: hidrate-se. Tenha sempre perto de você uma garrafinha de água.
Os outros pontos – sexto: alimente-se bem. Fuja dos alimentos inflamatórios, de muita quantidade, de muito sal, de muito açúcar. Pense em substâncias que ajudam o organismo a produzir dopamina. Sétimo: escreva o seu porquê e o coloque à sua frente. Quem tem um “porquê” suporta qualquer “como”.
Oitavo: fracione seus objetivos. Ou seja, tenha metas intermediárias para serem atingidas. Escrevi o primeiro parágrafo, escrevi o segundo, e, pronto, o artigo saiu. Nono: combine seus esforços. Pode ser que o conteúdo do seu estudo possa ser utilizado em outras demandas do seu dia a dia. Décimo: crie tempo para ajudar os outros. Vale ensinar um amigo. Vale participar de ações sociais. A vida é sempre bumerangue! O que você espalha volta. Boas escolhas!