“O amor seja sem hipocrisia, detestai o mal, apegando-vos ao bem”.

Romanos 12.9b diz: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. Mas se eu detesto o mal, preciso amar alguma coisa; não posso deixar um vácuo. Preciso substituir aquilo que detestava, o mal, pelo bem. Por isso, a Palavra diz: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem”. Apegar não é simplesmente encostar a mão, mas colocá-la de tal forma que não consiga descolar, ou seja, que fique grudado, apegado, ligado ao bem que nada possa separar. Mas por quê? Vamos ao Salmo 34.14. A Palavra do Senhor diz assim:

“Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la.” Note, é um esforço. “Empenha-te por alcançá-la”.

Em Lucas 6.35 lemos: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem”. Você sabe o que é fazer o bem? Em Tiago 4.17 está escrito: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”. Alguns acreditam que pecado é somente o de comissão, aquele que é praticado, feito, mas não. Há também o pecado de omissão, o que deixamos de fazer. Quando celebramos a ceia, temos que avaliar nossa própria vida e deixar o nosso coração exposto diante do Senhor. Será que estamos colocando isso em prática? Esse discernimento tem que fazer parte da nossa vida de uma maneira muito forte.

Em Romanos 12.10a está escrito: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal”. Paulo usa duas palavras do grego para se referir ao amor. A primeira delas é o amor cordial, que significa amor ao parente, o amor que devemos ao nosso primo, ao nosso tio, à sogra. Depois, ele fala do amor fraterno, que é o filadélfia, amor de um irmão com o outro, amor dentro da família, de pai, mãe, de filho. E por que Paulo usa aqui essas duas expressões? É porque devemos começar a amar o nosso irmão como se ele fosse um parente. Nós temos que amar o nosso irmão em Cristo como se fosse nosso irmão biológico. “Amai-vos cordialmente uns aos outros”. Se o seu irmão carnal precisasse de um rim, você doaria o seu a ele? Acho que sim. Mas será que você daria o seu rim para o tio do primo da sua sogra? Nós começamos a refletir sobre esse amor cordial, e ele precisa crescer dentro da Igreja, precisamos amar com amor fraterno. Fraterno vem do latim frater, que indica pai. Então, precisamos ter, compreender que somos filhos do mesmo Pai, temos o mesmo DNA espiritual, que é o Espírito do Senhor, que testifica o nosso espírito dizendo que somos filhos de Deus.
Temos que nos julgar na sinceridade, no discernimento, no amor fraternal, e não podemos nos esquecer da honra. “Preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12.10b). Essa palavra honra tem o significado de respeito, de consideração. Não há amor sem honra, sem respeito. Infelizmente, o desrespeito tem tomado conta das pessoas. E as pessoas que foram desrespeitadas acabam desrespeitando as outras, mesmo sem perceber. Porém, atitudes não passam despercebidas. O que é pecado é pecado.

A nossa fé não é o que muitos imaginam. Pessoas que não sabem o que é ser Igreja acham que é apenas um auditório, em que se entra e sai. Ledo engano. E o triste é quando os cristãos pensam e agem assim. Ao participarmos da ceia, precisamos ter essa compreensão de aliança, de pacto, de compromisso, de sermos um corpo. E termos a compreensão a respeito da honra.

Saber discernir o corpo é questão de honra. Quando escolhemos viver o que está na Palavra, segundo o texto de Romanos 12.10: “Preferindo-vos em honra uns aos outros”, chegamos ao que está em Lucas 8.19-21. Jesus Cristo não queria que apenas o Seu vínculo, a célula familiar, sua mãe e seus irmãos recebessem a honra. Ele não quis que ficasse circunscrito apenas àquele pequenino grupo. Por isso, disse: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a executam”.
Deus os abençoe!