Recentemente assisti ao filme “Um Amor de Verdade”, e uma frase dele me marcou: “Existe uma quantidade certa de lágrimas no mundo. Quando alguém para de chorar, outro alguém começa”. Acho que em algum lugar deve ter muita gente rindo, porque todas as lágrimas estão concentradas bem perto daqui...
Na semana passada, duas amigas terminaram seus namoros e uma outra encontrou o ex de quem ainda gosta. No fundo, a dor das três é a mesma, talvez a daquela que ainda não esqueceu seja até maior, visto que ela está sofrendo há mais tempo... O que eu disse para as três também foi muito parecido, aquela ladainha de sempre de “ele não te merecia”, “alguém melhor está guardado pra você”, “tem tanta gente querendo te fazer feliz”... Essas coisas decoradas que a gente fala, mas que sabe que não diminui em nada a dor de quem escuta. Porque nada melhora mesmo.
Eu já terminei um namoro. Já terminaram comigo também. E nem adianta contestar, a dor de quem termina é infinitamente menor do que a dor de quem simplesmente tem que concordar com o término.
Estranho é que os sintomas do começo e do fim de um namoro são mais ou menos os mesmos, mas motivados por sentimentos diferentes. A pessoa não tem vontade de comer, fica com o olhar vago, se lembra de cada palavra dita e não importa caso o mundo acabe naquele minuto. Seja causando felicidade ou tristeza, amor é coisa que influi pra valer no humor, na vida e até no peso de qualquer pessoa.
Geralmente quem acabou de sofrer uma desilusão acha que nunca mais vai se apaixonar. E realmente ela não se apaixona mesmo, enquanto não resolver deixar isso acontecer. Paixão não vem sem consentimento. A pessoa tem que estar livre. E isso não quer dizer que ela precisa estar sozinha, visto que a coisa mais comum é alguém estar comprometido e se apaixonar por outro.
Mas ela tem que estar com o coração aberto. Um coração preenchido pela dor não dá espaço pra paixão nenhuma entrar.
Então, a pessoa segue achando que tem um trauma que não permite que ela goste de mais ninguém, sem entender que pra gostar de alguém, ela primeiro tem que expulsar o “motivo do tal trauma” de dentro dela. Basta conseguir isso e a paixão não tarda a bater na porta. O problema é que frequentemente as pessoas querem que essa paixão surja como uma nova chance para aquele amor antigo...
Eu já tentei e realmente acho que isso não dá certo. Como já dizia o Guilherme Arantes naquela música antiga: “Pra que ficar juntando os pedacinhos do amor que se acabou, nada vai colar...” O que acontece é que a gente muda dia após dia. Só que quando participamos assiduamente da vida de alguém, não notamos essa mudança, porque a acompanhamos diariamente. Como um cabelo, por exemplo. Eu não noto o meu crescendo, mas se alguém não me vê há alguns meses, quando encontrar comigo vai dizer que ele cresceu. O mesmo acontece com as pessoas. Quando um casal termina, eles param de acompanhar as mudanças imperceptíveis um do outro e passam a perceber nitidamente o que está diferente a cada vez (esporádica) que eles se encontram. O problema é que a gente quer que aquela pessoa, a “nossa” pessoa, continue exatamente do jeito que ela era no momento do término. Por isso é que quando um casal volta, demora tanto pra reencontrar a sintonia. É difícil entender que a pessoa de agora já não é mais aquela do passado, aquela por quem se apaixonou. Se insistir nisso, vai continuar apaixonado por uma ilusão. Por alguém que não existe mais em lugar nenhum, a não ser nas lembranças...
O conselho que eu deixo, então, para as minhas amigas desiludidas é que elas deixem os ex-amores partirem o quanto antes... Na verdade, eles já se foram, o que resta são recordações dolorosas, que impedem o aparecimento de uma novidade.
Assim como o antigo amor trouxe para perto as tais lágrimas do mundo, um novo pode enviá-las para bem longe... Talvez seja assim com os sorrisos também. Um número determinado, que fica circulando pelo mundo, procurando um coração livre para entrar...
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