Paulo César de Oliveira

2020, ano para acabar logo

Pandemia, politização da saúde e comportamentos de risco


Publicado em 29 de dezembro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Estamos a três dias de 2021. Um ano de esperança para o mundo, mas que, infelizmente, não será ainda aquele ano que todos nós desejamos. O 2020, que a duras penas vamos superando, é aquele ano que não gostaríamos de ter vivido, pelas crises, econômica e sanitária, que provocaram tantas perdas humanas e financeiras durante praticamente 12 meses, causadas pela pandemia da Covid-19, que abalou o mundo inteiro.

É um ano que chega ao fim com todos querendo que passe logo. Com esta pandemia, a nossa economia, em que pese alguns setores terem se desenvolvido, sofreu barbaramente e tem diante de si toda sorte de incertezas. Estamos vivendo cada dia na expectativa de que outros venham por aí.

Em nosso país, além das crises econômica e sanitária, temos a política, alimentada por um presidente que nega a pandemia e a vacina, decepcionando, cada dia mais, o povo que o elegeu na esperança de que, enfim, teríamos um governo sério, comprometido com as aspirações populares e com o combate à corrupção. Ledo engano. O presidente e seu ministro da Saúde politizaram a saúde, esquecendo-se do povo. O governo subiu no palanque e se entregou aos que, para se eleger, jurou combater.

Os governos estaduais – a partir de João Doria –, em sua maioria, é que estão fazendo o que podem pela saúde. Têm contra si a crônica falta de recursos e o abominável comportamento do presidente e de alguns de seus ministros, de desrespeitarem, mais do que isso, achincalharem as medidas tomadas por governantes responsáveis que buscam conter o avanço da epidemia, que, nos últimos dias, ganhou um fôlego preocupante. Esse comportamento irresponsável, de desrespeito e zombaria às normas de segurança sanitárias, por parte dos que deveriam liderar o esforço do país em busca do controle da pandemia, preocupa, e preocupa muito.

Agora, com as festas de fim de ano, estimulado pelo escárnio dos que têm a certeza de uma assistência médica de qualidade, sem enfrentar os horrores das filas do sistema público, a tendência é de um ainda maior afrouxamento das normas, o que, certamente, vai provocar uma explosão de novos casos da Covid-19. Por isso, o nosso apelo é para que todos usem máscaras e evitem as aglomerações. Muitos têm feito festas sem nenhum cuidado, e, com isso, a contaminação é inevitável.

A doença é traiçoeira e atinge todos os grupos, não olhando a idade, embora os idosos sejam do grupo de risco. Com isso, os jovens devem se precaver para não contaminar seus pais. Enfim, o que a gente quer é que a vacina chegue logo, e para todos, e que tenhamos um 2021 sem as dores provocadas pelo coronavírus e pela irresponsabilidade de muitos.

Que Deus fique conosco, e que você, leitor de O TEMPO, tenha um ano maravilhoso! Mas, para isso, é fundamental que você assuma seu papel na sociedade, seguindo as regras determinadas pela ciência, sem ouvir o discurso dos irresponsáveis.

 

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