Estamos com um pé no ano velho e outro no ano novo. O melhor é que estamos iniciando o novo período com confiança renovada. Os últimos anos não foram fáceis. Foram muitas as dificuldades na política e na economia. Tivemos a primeira mulher a presidir o país, apeada do poder por um impeachment, o segundo na nossa história. Além disso, tivemos a prisão de dois ex-presidentes, um condenado por corrupção e outro com prisão temporária para não atrapalhar as investigações. Hoje os dois estão na rua, mas podem voltar à prisão a qualquer momento. Foi difícil, mas o bom é que assistimos às crises políticas com a certeza de que, mesmo recente, nossa democracia apresenta solidez, apesar de alguns fantasmas que tentam assustar fazendo “buuuuu”.
A economia, atingida pela política e por fatores externos, patinou durante todos esses anos. Em alguns momentos, até crescemos, verdadeiros voos de galinha que não se sustentaram. O resultado é que durante todo esse tempo o que mais produzimos foi desempregados, com aceleração da desigualdade social. Mas vencemos.
Em 2019, conseguimos produzir o essencial para retomar a economia, os empregos e a renda. Produzimos muito otimismo. Como há muito não conseguíamos. É com esse ânimo que saímos do ano velho e entramos no ano novo. Todos os números, oficiais ou produzidos pelas entidades empresariais, mostram que lentamente a economia se recupera, e em base sólida. Temos tudo para aumentar o ritmo, mas precisamos ficar atentos. Ao país, é essencial a continuidade das reformas. Apesar das muitas críticas, o Legislativo fez o dever de casa, aprovando projetos fundamentais, como a reforma da Previdência. Agora precisamos avançar nas reformas tributária e administrativa e, ainda, na mãe de todas as reformas, a política.
O Judiciário, criticado pelo que faz e pelo que não faz, precisa agilizar seus julgamentos, muito embora isso dependa das leis, e fazendo justiça, não justiçamento, punindo quem tira dinheiro e esperança do povo. Tudo isso é possível, principalmente para um povo que entra no novo ano com a certeza de que pode fazer. Otimismo sem exageros, mas com base nas mudanças que está fazendo.
Amanhã já é 2020. Não é apenas uma mudança de calendário. É, está claro, uma mudança de espírito. Estamos saindo da desesperança, da incerteza, para a busca de um novo Brasil. Há muito a ser feito. Cada um de nós precisa ser protagonista dessa transformação. Realizando e cobrando. Deixando de lado a passividade, o aceitar qualquer coisa como se fosse um favor dos governos. Não, um serviço público de qualidade é obrigação do Estado. Ser honesto, não aceitar participar de corrupção não é qualidade do homem público. É obrigação de todos nós. Cobrar, exigir, punir nas urnas quem se afasta do padrão ético. E este, não se esqueçam, é um bom ano para iniciar essa nova postura. Teremos eleições municipais e vamos entrar nelas com um novo ânimo, mais confiantes. Que 2020 seja o ano não da esperança, mas o ano de fazer.