Paulo César de Oliveira

A sucessão de 2026

Eleições municipais serão termômetro para disputa presidencial

Por Paulo César de Oliveira
Publicado em 21 de novembro de 2023 | 07:00
 
 
 
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Os palanques de 2026 já estão armados, numa tentativa de demarcar áreas e impedir que novas alternativas surjam. Mas antes de 2026 tem o 2024. É quando vão ser escolhidos os novos prefeitos dos 5.568 municípios brasileiros que comandarão desde os 833 habitantes de Serra da Saudade, em Minas, até os 1,2 milhão habitantes de Guarulhos, em São Paulo, o maior município, fora as capitais, do país. São eles que, dependendo do que fizerem em dois anos, darão sustentação aos palanques de 2026 e poderão, ou não, estarem nos partidos que os elegeram.

Mas apesar da proximidade, exceto em algumas cidades, as articulações ainda são tímidas. Em Belo Horizonte, por exemplo, o prefeito Fuad Noman, que ainda não definiu se busca ou não a reeleição. Se aceitar será o seu batismo nas urnas, pois chegou |à prefeitura após a renúncia de Kalil de quem era vice.

Seus possíveis adversários, Gabriel Azevedo – vereador – e Carlos Viana – senador – buscam se posicionar. Um terceiro nome, o do secretário Marcelo Aro, tenta ser o candidato do governador Romeu Zema que, até aqui, não se posicionou. Aro, um ex-deputado federal, quer afastar Fouad e fala até em ser candidato ao governo de Minas em 2026, atropelando o vice-governador Mateus Simões que alimenta a mesma pretensão.

Zema e corrida presidencial

Simões, aliás, pode ser candidato a eleição ou até mesmo à reeleição ao governo estadual caso o governador Romeu Zema venha a se desincompatibilizar para disputar a Presidência da República. O seu nome vem ganhando espaço nacional diante da boa avaliação do trabalho que desenvolve no governo de Minas.

Se realmente se lançar candidato à Presidência, Zema pode ter pela frente o governador gaúcho Eduardo Leite que já se ofereceu ao PSDB como alternativa para a disputa. E tem também o governador do Paraná, Ratinho Jr. que vem despontando como bom administrador.

Mas o problema de todos os que sonham disputar a Presidência em 2026 é a radicalização política alimentada, e até financiada, por Lula e Bolsonaro, que buscam a polarização direita/esquerda para impedir o surgimento de um outra alternativa fora destes campos. Lula fala até em buscar um quarto mandato. Bolsonaro sonha em se ver livre da inelegibilidade até 2030 para disputar como ele.

As disputas municipais do ano que vem poderão ser um bom termômetro para os dois embora, tradicionalmente, as disputas ideológicas tenham pouca influência nas eleições da esmagadora maioria das cidades brasileiras.

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