PAULO CESAR DE OLIVEIRA

O negócio futebol

Agora, começa outra copa, ainda mais importante para o povo


Publicado em 17 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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A França se impôs nesta Copa do Mundo e ficou com a taça da Fifa – a velha taça Jules Rimet, criada para a primeira Copa de Futebol, no Uruguai, e roubada e fundida no Brasil, que a havia conquistado definitivamente em 1970. Nossa seleção decepcionou novamente, com seu jogo pobre coletivamente e com jogadores que não renderam o que deles se esperava. Não chegamos aonde queríamos.

Assistindo ao jogo França e Croácia, chegamos à triste conclusão de que o time de Tite terá que treinar muito para ser mais competitivo e mais solidário em 2022, quem sabe com jogadores que estejam jogando aqui no Brasil mesmo e sem a preocupação de ser os melhores do mundo.

No jogo de anteontem, a Croácia, um time de um país de apenas 5 milhões de habitantes, apareceu como a grande surpresa. Contra a França, mesmo perdendo de 4 a 2, disputou, sem preocupações de se exibir, até o fim. Mas, reconheçamos, a França foi melhor.

Em 1998, eu estava em Paris e fui à final no Stade de France onde o Brasil perdeu de 3 a 0. Agora, 20 anos depois, a França torna-se novamente campeã mundial, depois de ter sido vice em 2006. Pela televisão, vi a festa deste ano na Champs Elysées, igual à que assisti ao vivo há 20 anos atrás.

A gente sabe que o futebol é diversão para o povo, mas é também um grande negócio, que envolve bilhões de dólares e muita corrupção. Mas será que na Croácia o futebol está tão contaminado como no resto do mundo? A presidente croata Kolinda Grabar-Kitarovic, que frequentou os estádios da Copa, tornou-se exemplo de simpatia e despojamento para o mundo.

Hoje, o mundo já prepara a próxima Copa. Vamos ver se em 2022 conquistaremos o hexacampeonato. Para nós, agora, começa outra copa, ainda mais importante para o povo: a escolha de um novo presidente da República capaz de tirar o país da crise. Não será fácil. Estamos com os Poderes Executivo, Legislativo e agora Judiciário desgastados e desacreditados. Vencer esse ambiente de descrédito será nossa primeira e urgente tarefa.

Será a eliminatória da copa eleitoral. Sem isso, corremos o risco de não conseguir levar adiante uma renovação nos quadros político – por si só muito difícil – e ainda nos colocamos em oposição para ser devorados pelos ditos salvadores da pátria, figuras nefastas que se aproveitam da apatia popular para criar os palanques da mentira, onde desfilam propostas que sabem ser mentirosas, irresponsáveis e absolutamente inviáveis. Propostas para enganar o eleitor na conquista de votos.

Começa nesta semana o período das convenções. O que se espera dos partidos é juízo nas negociações para a formação das chapas e das coligações. Este é o treino final para a formação dos times que entram no campo das campanhas a partir de agosto. Lembrem-se, senhores políticos, que o jogo de baixa qualidade que os senhores estão fazendo já esvaziou as arquibancadas. Cuidado com o time que pretendem apresentar. O eleitor pode sumir ainda mais.

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