Paulo Cesar de Oliveira

Um basta na violência

Mobilização contra a criminalidade no país

Por Paulo César de Oliveira
Publicado em 21 de fevereiro de 2023 | 05:30
 
 
 
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Saindo um pouco do tema “8 de janeiro” e da “falazada desconexa” de Lula, uso este espaço para propor aos políticos a toda a sociedade o debate de um novo tema, não de um tema novo. Alerto para a necessidade de o país colocar em sua lista de prioridades o debate da criminalidade, não apenas a da prática política, mas também a que atinge o cotidiano do cidadão.

Há um aumento descontrolado do crime, praticado com violência física ou não. Os noticiários da imprensa, especialmente das televisões, nos colocam diante do horror da violência nas ruas onde os marginais se mostram cada dia mais ousados e truculentos diante da impunidade assegurada pela ineficiência do Estado e brandura das leis. Isto sem falar da impiedosa ação dos bandidos que usam os recursos da tecnologia para aplicar golpes impiedosos, atingindo principalmente os mais ingênuos de quem subtraem praticamente todas as economias.

Impressiona a todos nós a impunidade dos criminosos de todo tipo e intriga aos mais interessados no exame da criminalidade a incompetência ou indiferença das chamadas autoridades competentes com a identificação e punição dos receptadores, beneficiários da ação dos criminosos. Esta situação não pode continuar. A sociedade tem que tomar para si o debate sobre o combate e a punição do chamado “crime comum”. É claro que a preservação e o fortalecimento da democracia devem ser uma preocupação constante de governos, mas a segurança e a tranquilidade dos cidadãos, seja contra a violência do Estado, seja contra a violência dos bandidos são direito fundamentais de todos nós e não podem ser esquecidos pelos governantes.

Mas como combater a violência, a esperteza bandida num país com leis tão benevolentes, com uma Justiça tão lenta que permite que alguém condenado a mais de 400 anos de prisão vá para casa após seis anos de cumprimento de pena não analisada em segunda instância? Como controlar a violência, inclusive policial, com tantas leis assegurando os direitos individuais do criminoso, esquecendo-se dos direitos das vítimas. Direitos de não serem vítimas com proteção do Estado?

A análise destas questões e a adequação da legislação à realidade brasileira tem que ser prioridade da sociedade. E a mobilização precisa começar já. Mas que seja uma mobilização sem radicalismos, sem defesa de soluções simplistas, como a liberação de propriedade de porte de armas como meio de defesa. Armar a população não é solução para o fim da violência. Pode ser até um estímulo para aumento dela.

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