Um time com nomes como De Gea, recentemente eleito o goleiro da seleção do mundo no prêmio da Fifa, Paul Pogba, atual campeão mundial com a França, Alexis Sánchez e Romelu Lukaku, dois dos melhores avantes do futebol mundial, não pode padecer do orgulho de seu técnico. O Manchester United hoje é um verdadeiro ajuntado. Uma pena para os fanáticos torcedores dos Diabos Vermelhos, que sentem a derrocada de Mourinho. O futebol inglês, no quesito treinador, talvez seja muito parecido com o nosso. Mas os principais clubes da Terra da Rainha vêm investindo em comandantes que aprimoram o seu trabalho ao longo dos anos.
O italiano Maurizio Sarri, por exemplo, antes de dirigir o Chelsea, era um conhecido estudioso do jogo, usando até drones durante os treinos para analisar a movimentação de seus atletas. Klopp e Guardiola não precisam sequer de comentários. A fama e o estilo de jogo ofensivo os perseguem. Mauricio Pochettino criou sua própria reputação no Tottenham, e até mesmo o Arsenal, agora sob o comando de Unai Emery, teve que tomar uma decisão para não permanecer estagnado.
É difícil suceder sir Alex Ferguson. Todos têm essa consciência em Manchester. Mas o certo é que os ideais de jogo de Mourinho não se encaixam à filosofia do United. Aliada à situação tática, a arrogância de Mourinho, um processo até de “Luxemburguização”, vem dinamitando o time por conta de uma briga infantil com Pogba.
No último fim de semana, o time ainda foi derrotado pelo West Ham e completou a terceira partida consecutiva sem vitória. Foi a terceira derrota em sete rodadas na Premier League. Um desempenho catastrófico para um time que tem um plantel avaliado em 855 milhões de euros (mais de R$ 4 bilhões), de acordo com o site Transfermarkt.
Mas essa situação não é de hoje. Depois de uma primeira temporada com as conquistas da Supertaça, Liga Europa e Copa da Liga, a segunda, por sua vez, já teve menos sucesso. O United acabou em segundo na Premier League, mas a 19 pontos do campeão City, foi eliminado na Liga dos Campeões pelo Sevilha e perdeu a Copa da Inglaterra para o Chelsea, sem contar a embaraçosa eliminação na Copa da Liga inglesa para o modesto Bristol City, um clube do mesmo nível do Derby County, o algoz no mesmo torneio nesta temporada.
Há de se questionar muito a mentalidade de Mourinho, que mesmo conhecido pelo faro de grandes times e conquistas, tem se deixado levar pelo orgulho que assola muitos técnicos. Atingir o estrelato é um processo de extrema entrega, mas se manter no topo é ainda mais difícil. Uma declaração lamentável do treinador após a derrota para o Tottenham por 3 a 0 denota a falta de senso crítico em relação ao seu próprio desempenho. “Ganhei mais Premierships sozinho do que os outros 19 treinadores juntos. Três para mim e duas para eles. Respeito. Respeito”, bradou.
A queda do português parece iminente e é triste quando percebermos grandes ícones da bola a viver mais do passado ao presente. O respeito, obviamente, é mais do que merecido. Mou ganhou isso. Mas será necessário muito mais do que nome para domar e tirar o United da crise em que se encontra.
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Quando a arrogância cega um treinador
Um time com nomes como De Gea, recentemente eleito o goleiro da seleção do mundo no prêmio da Fifa, Paul Pogba, atual campeão mundial com a França, Alexis Sánchez e Romelu Lukaku, dois dos melhores avantes do futebol mundial, não pode padecer do orgulho de seu técnico
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