Intercâmbio

A quarta maior do mundo

Fusão entre a ítalo-americana FCA com a francesa PSA cria empresa de 50 milhões de euros

Por Raimundo Couto
Publicado em 31 de outubro de 2019 | 20:30
 
 
 
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Um assunto que ganhou o mundo e movimentou os mercados globais foi a confirmação da fusão entre dois grandes players mundiais na fabricação de automóveis.

De um lado a FCA, resultado de uma união da italiana Fiat com a americana Jeep e de outro a francesa PSA, holding que reúne em baixo do mesmo guarda-chuva as marcas Peugeot e Citroën. As duas juntas formam uma empresa maior que a General Motors e se posiciona como o quarto maior produtor de veículos no planeta, perdendo, apenas, para a alemã Volkswagen, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e a japonesa Toyota.

Somados os dois grupos venderam 8,7 milhões de automóveis no ano passado. São muitas as marcas envolvidas nesta negociação, a PSA responde pela gestão da Peugeot, DS, Citroën e Opel, enquanto a FCA tem sob sua escolta a Fiat, Jeep, Chrysler, RAM, Dodge, Maserati, Alfa Romeo e Lancia.

Meio a meio

A nova companhia que será formada após a concretização da união entre os dois grupos terá suas ações negociadas em Nova York, Milão e Paris e os acionistas da FCA e PSA se tornam proprietário de 50%, cada um, da empresa que será criada.

A decisão de manter a sede na Holanda, onde já está localizada a matriz da FCA, não agradou sindicatos franceses. O governo da França é proprietário de 12% das ações da PSA e está apoiando a fusão. O CEO da PSA, Carlos Tavares, ocupará o cargo de diretor geral, enquanto o presidente da FCA, John Elkann, herdeiro da família Agnelli, fundadora da Fiat, presidirá o conselho de administração.

A expectativa é que juntas as duas companhias agora com uma só direção, seja a responsável pela venda de 9 milhões de unidades anuais. A nova empresa teria valor de mercado de 50 bilhões de dólares.

Ainda é cedo para qualquer abordagem mais analítica a cerca do anuncio que une, em uma só companhia, a FCA e a PSA, mas vale lembrar que há muito a FCA procura uma parceira para se associar e conseguir sinergia que lhe permita produzir mais com menos custo e obter maiores lucros para seus acionistas.

Recentemente se tentou uma aproximação com outra francesa, a Renault, mas as conversas não seguiram em gente diante a resistência da japonesa Nissan, que junto com a Renault e Mitsubishi formam uma longeva aliança industrial.

No Brasil, a PSA anda na lanterna do mercado com participação muito aquém da qualidade construtiva de seus produtos, já na Europa é a Fiat que não tem números de vendas expressivos. Em contra partida a Jeep é marca global e lidera as vendas de SUVS em muitas regiões onde atua. O que irá acontecer quando entrar no copo do liquidificador as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Opel.

Só o tempo poderá dizer, de qualquer forma a noticia, além de dar novo folego e movimentar a indústria como um todo, alivia mercados preocupados com a situação da francesa PSA no mundo. 

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