Ricardo lebourg Chaves

A epistemologia genética de Jean Piaget

Transferência do conhecimento por hereditariedade sanguínea


Publicado em 12 de abril de 2021 | 03:00
 
 
 
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Jean William Fritz Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo que nasceu na Suíça do século XIX, mais precisamente na cidade de Neuchâtel. Entre as várias colaborações para a ciência está, sem dúvida, o desenvolvimento de uma forma cognitiva multidisciplinar e interdisciplinar genuína baseada na epistemologia genética, pois, para Piaget, memória genética e inteligência são processos mentais intrinsecamente interligados.

Etimologicamente, “epistemologia” é o termo formado pelo vínculo das palavras gregas “episteme”, que significa “conhecimento”, e “logos”, que quer dizer “estudo”. Por conseguinte, a epistemologia pode ser definida, na pós-modernidade, como o ramo da filosofia que se concentra na reflexão metodológica e sistemática do conhecimento científico, de seus princípios, de sua organização, de seus aprimoramentos, bem como de seus resultados lógicos.

No que tange especificamente à epistemologia genética, que foi desenvolvida pelo professor Jean William Fritz Piaget, podemos defini-la, em síntese, como uma teoria científica que se ocupa, sobretudo, da gênese ou da origem do conhecimento humano, bem como de sua evolução e consequente modificação ao longo do tempo. Conforme a visão piagetiana, essa forma sui generis de ciência humana também se fundamenta na tradicional neurologia, pois leva em consideração a interação da criança com o meio sociocultural em que vive. Além disso, esse biólogo europeu defende, categoricamente, que o conhecimento consubstancia-se na memória genética, a qual é transferida pela genealogia familiar. Segundo o psicoterapeuta Carl Jung, a memória genética representa o conjunto de informações, de atributos, bem como de sentimentos que os seres humanos herdam dos ancestrais.

Nesse contexto, e para Piaget, toda criança realmente herda de seus antepassados uma complexa e vasta carga de habilidades físicas, psicológicas e intelectuais de seus ancestrais. Por causa disso, nossa capacidade intelectual não depende necessariamente de um processo educacional, pois nossos familiares consanguíneos transferem-nos, por meio do DNA, aptidões intelectuais previamente existentes. Assim, o principal objetivo da epistemologia piagetiana era criar novos marcos técnicos, teóricos e empíricos para a pedagogia infantil, bem como para o desenvolvimento do conhecimento natural genético humano.

Segundo estudos científicos apresentados, nos últimos anos, por pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, a existência de crianças prodígios ou superdotadas é prova científica inequívoca da transferência de inteligência genética por meio da hereditariedade sanguínea. Por isso, não podemos deixar de reconhecer que esse epistemólogo suíço contribuiu, sobremaneira, para a compreensão do intelecto humano, bem como por ter revolucionado o processo pedagógico infantil em todo o mundo ocidental, oriental e asiático.

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