RICARDO SAPIA

Candidaturas avulsas

De olho no Fundo Partidário, novos partidos são criados a todo instante


Publicado em 11 de outubro de 2019 | 03:00
 
 
 
normal

Um forte movimento entre os políticos trouxe a discussão de candidaturas avulsas. O que seria isso? Qualquer cidadão teria o direito de concorrer a um cargo eletivo sem a necessidade de uma filiação partidária.

Qual o medo dos grandes caciques dos partidos? Perder o poder das “barganhas” politiqueiras, como cargos em estatais. O Brasil é o país com o maior número de partidos. Atualmente são 34, mas esse número pode aumentar a qualquer momento. De olho no Fundo Partidário, novos partidos são criados a todo instante. Qual a ideologia deles? O Partido da Mulher Brasileira é presidido por um homem, os presidentes dos “grandes partidos”, na maioria, estão sendo investigados por crimes contra o erário público ou até já foram condenados e presos.

Vamos a alguns exemplos. No MDB, o presidente é Romero Jucá, ex-senador por Roraima, investigado pela Lava Jato. No PT, a deputada federal Gleise Hoffmann está sendo investigada pela Lava Jato. No PTB, Roberto Jefferson já esteve preso pelo mensalão. No PP, Ciro Nogueira, senador pelo Piauí, já teve casa e escritórios visitados pela PF e está envolvido na Lava Jato também. O presidente do novíssimo PSL, Luciano Bivar, deputado por Pernambuco, é acusado de candidatas-laranja. Isso para citar somente alguns.

No entanto, fica a pergunta: para que servem os partidos políticos se a maioria deles não prega nenhuma ideologia a não ser o da barganha? Aqui, na região metropolitana, temos dois exemplos ótimos para citar: os prefeitos de Betim, Vittorio Medioli, e de Contagem, Alex de Freitas, estão momentaneamente sem partido. O que mudou na administração deles? Muita coisa: não precisam ficar dependentes de imposições dos partidos e têm total liberdade de governar sem nenhum “toma lá da cá”.

O Supremo Tribunal Federal marcou para 9 de dezembro deste ano uma audiência pública para discutir as candidaturas avulsas. O encontro é aguardado com muita ansiedade por vários deputados que foram considerados infiéis pelos partidos a que são filiados na votação da reforma da Previdência, porque foram contra os “caciques” e sofreram sanções, inclusive correm risco de serem expulsos – o que seria uma carta de alforria.

Por liberdade e democracia, candidaturas independentes já!

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!