Saí de Belo Horizonte às 11h20, cheguei a Congonhas, no aeroporto de São Paulo, às 12h30, liguei o celular e logo vi as mensagens dos grupos e as manchetes dos jornais.
“Acabou o horário de verão”, “Bolsonaro fica irritado com foto de Mourão e FHC”, “Deputados contrários à reforma da Previdência são inimigos do Brasil”, e por aí vai.
Meu Deus do céu, que país é este? O que as pessoas querem realmente para o futuro? O que se passa na cabeça dos políticos e dos que têm o poder e a caneta na mão (leia-se Judiciário)? E, sem fazer mea-culpa, de nós, jornalistas e formadores de opinião?
Vergonha, vergonha e vergonha, pelo menos três vezes.
Vamos aos fatos:
1) Acabou o horário de verão, e Bolsonaro acena com carinho aos deputados. E daí? O que mudou na vida do desempregado? Nada.
2) Bolsonaro fica irritado por foto tirada por Mourão com FHC. E daí? O que mudou na vida do desempregado? Nada.
3) Deputados que votaram contra a reforma da Previdência na CCJ são inimigos do Brasil. E daí? O que mudou na vida do desempregado? Nada.
Perceberam que nada é feito para o bem do cidadão e que ELES só querem holofotes e poder? Vergonha, vergonha e vergonha.
Prefiro os políticos de outrora, que eram mais diretos.
Em Londrina, terra querida onde nasci e onde até hoje vivem minha mãe e meus cinco irmãos, tivemos um vereador que era muito querido pela população pela sua honestidade. Tinha um programa na TV e, durante muitos anos, foi Rei Momo nos carnavais. Ele era conhecido como Dinho.
Certo dia, Dinho encontrou o arcebispo da cidade no calçadão e foi questionado pelo homem de batina: “Há quanto tempo não lhe vejo, Dinho, por onde andas?” E o Rei Momo lhe respondeu: “É claro, dom Geraldo, o senhor não vai à zona e eu não vou à igreja”.
Que bom seria se voltássemos à franqueza.