“O homem é senhor do que pensa e escravo do que fala”. Com esse ditado, começo a coluna de hoje.
Deputado do PSOL do Rio de Janeiro chamou o ministro Sergio Moro de “ladrão”. Você não precisa gostar de Moro, pode até achar que ele não foi imparcial na condenação do ex-presidente Lula, mas daí a chamá-lo de “ladrão” é muito despreparo.
Como em terra de cego quem tem um olho é rei, a oposição – leia-se PT, PDT, PSOL e PCdoB – está cutucando onça com vara curta. É como massa de bolo: quanto mais bate, mais cresce. Quanto mais bobagens falam no Congresso, mais Moro cresce. A ponto de o próprio presidente Bolsonaro estar incomodado, com medo de virar refém do ministro, que, se resolver deixar o governo e partir para uma carreira solo, já é de longe o favorito em uma próxima eleição presidencial.
Nas últimas eleições, Bolsonaro cresceu batendo nos malfeitos do PT na próxima, se assim Moro quiser, será alçado à posição de mártir, criado pelo despreparo dos deputados de oposição.
Quantas saudades dos embates entre situação e oposição dos tempos de Ulysses Guimarães. Ele chegou a pedir perdão por uma piada que fez contra um deputado novato do interior do Paraná, de nome Alceni Guerra, que tinha como profissão a medicina e queria incluir na Constituição a licença-paternidade. Enquanto caminhava até o microfone do Congresso para defender a proposta, foi zombado pelos colegas depois da piada do doutor Ulysses, mas no fim do discurso foi aplaudido de pé e teve o projeto aprovado por quase 400 deputados. E ouviu do presidente da Constituinte: “A presidência pede perdão”.