Crime é um evento dinâmico que pode ocorrer de várias formas e praticado por diversos tipos de grupos criminosos. Cada grupo, por suas características, representa uma ameaça específica à sociedade, pois ao analisarem os riscos, definem sua forma de atuação.

Quando falamos dos crimes patrimoniais, a ideia de se apropriar dos valores pecuniários das instituições financeiras varia de acordo com o risco que o grupo criminoso quer correr. Pode ocorrer de forma remota (ciberataques), com menor risco e sem contato físico com a estrutura imobiliária da instituição (agência) e seus funcionários, mas também de forma mais arriscada, com contato direto.

O roubo ou “vapor” é a ação repentina, a “tomada da agência” ou até de cidades como vemos no “Novo Cangaço e Domínios de Cidades”, com armas de uso restrito (grosso calibre), que causam um enorme pânico, porém de maiores risco e gasto para os criminosos, por terem que “cobrir” uma área mais extensa, com elevado número de pessoas e com confronto com as forças de segurança.

Já o “sapatinho”, modalidade onde a vítima é o funcionário da instituição financeira, ele e sua família ficam sob ameaça dos criminosos e é obrigado a se dirigir à instituição para a retirada de valores que lá estão. É ação que demanda um menor número de criminosos e que muitas vezes não terá confronto com a polícia. É a que apresenta um menor risco e gasto.

Essa modalidade, “sapatinho”, foi muito comum no início da década de 2000, mas ainda continua ocorrendo. Impõe uma rotina de medo aos funcionários dos bancos, pois os criminosos agem através de abordagens mais discretas ou silenciosas, levantando informações sobre a rotina da família.

O sequestro de familiares dos funcionários das instituições financeiras e empresas de guarda de valores é uma forma bem utilizada pelos criminosos. Em tais crimes, comumente as vítimas são capturadas na noite anterior à empreitada criminosa e são mantidas em cárcere normalmente em suas próprias residências. Na madrugada ou início da manhã do dia seguinte, o funcionário da instituição é coagido a se dirigir ao local de trabalho, para recolher todo o valor existente e entregá-lo aos criminosos que estão restringindo a liberdade de seus familiares.

Para esses funcionários, o impacto psicológico de ter sua residência invadida e sua família mantida em cárcere é brutal. A ideia de ter seu lar violado e seus entes queridos mantidos sob grave ameaça, o faz crer em uma falha no seu papel de protetor e provedor de sua família, mesmo ciente que não possui qualquer controle sobre esse evento.

As instituições de segurança de nosso Estado estão alertas. Preparando mulheres e homens para combater esses crimes. A Delegacia Antisequestro - DAS, do Departamento Estadual de Operações Especiais- Deoesp, da PCMG é a unidade especializada, juntamente com outros grupos aptos das demais instituições de segurança pública, para atender e combater esta modalidade em Minas Gerais.