Nos últimos dias temos lido, visto e escutado assuntos sobre tragédias na maior parte do tempo. Ligamos a TV e lá estão notícias ruins. Ligamos o rádio e mais notícias ruins. Na internet não é diferente. Na hora de escrever também é a mesma coisa. Estamos rodeados de muita informação negativa e pouca informação do bem.
E chega um momento em que ficamos saturados e cansados de tanta coisa trágica. Otimismo a longo prazo. Vamos pensar um dia de cada vez, pois iremos evoluir e voltar à rotina com alterações para este novo mundo.
O cenário é desfavorável para todo mundo e não dá para negar! No esporte, inevitavelmente, não seria diferente. As notícias de times que estão fechando as portas fazem parte da rotina. Alguém aí imaginaria que Sesc e Sesi, duas equipes de ponta, encerrassem as atividades no vôlei masculino? Estavam no top 5 dos times que pagavam melhor no Brasil. Acabou! As portas estão fechadas para duas das maiores estruturas do vôlei nacional. Algo inimaginável!
Dezoito atletas inscritos, no mínimo, com as estruturas montadas e todos foram pegos de surpresa, assim como as famílias.
E agora? O que fazer? Viver de investimentos? E se não tenho uma reserva de emergência, vou trabalhar com o quê? Vou me ocupar como?
Agora é hora de se reinventar e repensar! Nada mais será como antes. Seria uma aposta em um futuro incerto? Quem tem capacidade para abandonar o esporte e cair no mercado de trabalho? Não é novidade para ninguém que a batalha de quem não vive do esporte é muito maior do que a de um atleta profissional.
Mérito para quem atingiu o alto nível e pode “viver do esporte”. Entenda bem, não é viver para sempre, aposentar e parar de trabalhar. É se dedicar apenas ao vôlei. Diria que apenas um seleto grupo se encaixa nesse perfil.
No calendário do vôlei, as férias são em maio. Nesse momento estaríamos com um planejamento pronto para a próxima temporada. Boa parte dos atletas já estaria com contrato assinado. Enquanto aguardamos orientações para prosseguir, buscamos alternativas para manter a forma física e a saúde mental. Cada um usa a criatividade para manter o “motor” em funcionamento.
Atleta não pode fazer home office e em uma breve pesquisa pela internet podemos perceber as loucuras dos jogadores em casa, tentando manter a forma. Já vi atleta levantando sofá como se fosse agachamento na academia, segurando os filhos e agachando, alugando equipamentos e montando uma pequena estrutura em casa. Atleta é atleta 365 dias por ano. Se descuidar da forma física significa sofrer para retomar a boa condição rapidamente.
É um cenário que ninguém imaginou, de dentro ou de fora do esporte, e até então não sabia lidar. E, infelizmente, as perspectivas para o futuro do esporte não são das melhores por agora.
Torço para que em um futuro breve o esporte seja reconhecido e valorizado como deveria. Torço para que os grandes times se reconstruam e abram um caminho de oportunidades para os jovens atletas. Torço para que as novas gerações encontrem e participem de um cenário esportivo completamente diferente e renovado como o que a gente - atleta profissional com uma carreira construída - está vivendo agora. Que eles tenham mais oportunidades para construirem uma grande carreira. Torço para que notícias boas reapareçam cada vez mais na TV, no rádio e na internet.
Seja no esporte, seja em qualquer outra profissão! Estamos sofrendo mas vai passar, dias melhores para sempre!