Serginho do Vôlei

Vôlei de quadra e vôlei de praia complementam a formação

Gostaria de entender o que passa na cabeça dos times e treinadores que vetam o aprendizado

Por Serginho do Vôlei
Publicado em 05 de junho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Belo Horizonte, Minas Gerais, século 21. Ainda tem treinadores e clubes proibindo atletas das categorias de base que jogam vôlei de quadra a jogar vôlei de praia. Isso é um absurdo. Vôlei de praia e vôlei de quadra podem complementar a formação. Entretanto, existe uma proibição velada. 
Sinceramente, gostaria de entender o que passa na cabeça dos times e treinadores que vetam o aprendizado. Alguém consegue explicar? Estamos falando de atletas de base, sem contrato e não remunerados. Os times não são donos dos atletas. Seria trágico se não fosse cômico. Por essa e outras que o vôlei não evolui, cada um pensando no seu umbigo. Muito orgulho e ego e pouco trabalho coletivo. 

Somos reconhecidos mundialmente pelo voleibol. Esporte olímpico e medalhista de ouro em todos os naipes. O que vemos por aí são esportes com menos expressão, não reconhecidos como esporte olímpico ainda, sendo praticados em larga escala. Tem alguma coisa errada, essa conta não fecha. Nós somos responsáveis diretos, profissionais que militam na modalidade. Convido vocês a olharem para o todo, desde o social até o alto rendimento. Menos orgulho e mais ações coletivas. Baixa a guarda, abra a mente para a evolução. 

Atletas de base evoluem praticando. Filtrar o volume de treinos eu concordo. Errar a mão pode ser prejudicial. O tal do “menos é mais” funciona. Proibir é proibido, censurar não faz parte do jogo. Limitar o atleta é dar um tiro no pé. O que me fez evoluir, além de ter bons técnicos em boas estruturas, foi jogar, jogar e jogar. Não é a primeira vez que ouço “minha filha não pode aparecer na foto porque o time não permite que ela jogue vôlei de praia”. Me poupe! Mentalidade perdedora

Tem muita gente com medo de perder atletas e perder espaço. São incapazes de estender a mão para uma nova ideia. Entendo que as contas não param de chegar. Percebo que beach tennis e futevôlei têm dominado uma grande parcela da população em Belo Horizonte, principalmente. Tem muita gente amadora surfando nessa onda, muito orgulho e muita conversa “fiada”. Quem realmente “briga” pela modalidade? Defendem causa própria ou lutam para que a modalidade suba um degrau?

Frases clichê: “Quer ir rápido? Vá sozinho! Quer ir longe? Vá em grupo!” Não desista de lutar pela evolução. Temos bons exemplos de profissionais incansáveis que estão colhendo os frutos. Demora, é fato. Eu nunca ganhei nada fácil nessa vida, tenho certeza que você também anda batalhando muito por aí. Reflita! Segue o jogo

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