Geraldão, 56, zagueiro muito eficiente no jogo aéreo. Também pudera com seu 1,92 m. Era excelente também na marcação e bom na antecipação. Ele tem seu nome guardado na história do Cruzeiro. Ao todo foram 170 jogos e 30 gols marcados com a camisa celeste: o maior zagueiro-artilheiro da Raposa.
Chegou à Toca da Raposa aos 14 anos, e o treinador Osvaldo Rossi, por causa do tamanho do garoto, logo o colocou de centro avante. Mas sentiu que o lugar de Geraldão era mesmo na zaga. Antes de completar 18 anos, o jovem já estava no time profissional ao lado de Joãozinho, Eduardo Rabo de Vaca, Luiz Antônio e também do seu irmão Tião, que era atacante.
Na base celeste, Geraldão atuou com grandes nomes, como Gomes, Douglas, Eduardo Lobinho e Eugênio. Não bem esquentou lugar no profissional, ele foi emprestado por três temporadas ao Al-Arabi, do Catar, time que era treinado por Procópio Cardozo.
No futebol árabe, o zagueiro foi adotado por Procópio, que o considera como um filho. “Eu o considero como pai”, diz Geraldão.
Bom para o Al-Arabi, que conquistou seu primeiro título na história em cima do Al-Saad, com gol de Geraldão no finalzinho do jogo. Mas em 1983, Geraldão cumpriu a palavra que tinha dado ao presidente Benito Masci e voltou para o Cruzeiro. Ele foi destaque do time celeste na conquista do título mineiro de 1984, que interrompeu uma sequência do Atlético.
Coice de mula. Para o torcedor cruzeirense Valderes Coimbra, empresário em Belo Horizonte, Geraldão está entre os maiores chutadores do futebol. “O chute do Geraldão parecia um coice de mula”, afirma.
Geraldão também vestiu a camisa do Porto, clube pelo qual conquistou títulos do Campeonato Português e da Taça de Portugal, além do Mundial Interclubes, em 1987. Ele faturou também a Supertaça Portuguesa nas temporadas de 1989/90 e 90/91.
Depois da vitoriosa passagem pelo Porto, o zagueiro jogou ainda no Paris Saint-Germain. Seu último clube no exterior foi o América do México.
“Marcar Reinaldo era impossível”
Geraldão teve craques de todos os tipos pela frente em sua vitoriosa carreira. “Tive dificuldade de jogar contra Romário, Careca, Serginho Chulapa, Laudrup, Stoichkov, Maradona. Mas Reinaldo, realmente, era impossível de ser marcado”, relembra.
Para Geraldão, seu gol mais bonito com a camisa do Cruzeiro foi o golaço de falta em cima do Piauí, em 1986, no Estádio Albertão. A bola fez uma curva incrível, e o goleiro Batista não teve chance de defesa.
Geraldão defendeu a seleção brasileira com o técnico Carlos Alberto Silva, mas lamenta não ter disputado uma Copa do Mundo. Em 1990, Sebastião Lazaroni optou por convocar outros nomes para a posição.