Nonato, 52, ambidestro, lateral-esquerdo seguro na marcação, com boa visão de jogo e eficiente no apoio e nos cruzamentos. O torcedor sentia orgulho de ver Nonato jogando. Ele figura entre os atletas que mais vestiram a camisa do Cruzeiro. Foram 394 jogos e 23 gols. Antes de chegar à Toca da Raposa e se tornar ídolo, ele passou por Baraúnas-RN, ABC e Pouso Alegre. Quem recomendou sua contratação foi o diretor de futebol Pedro Assunção.
O lateral chegou por empréstimo em 1990. Em sete anos de Cruzeiro, foram 14 títulos, incluindo as Copas do Brasil de 1993 e 96 e a Libertadores de 1997. A conquista da América foi a mais difícil, já que o Cruzeiro não venceu os três primeiros jogos. Ele conta que aconteceu uma reunião dos jogadores e tudo mudou. Nonato era um líder dentro do grupo, tanto que foi capitão em vários jogos.
Com o bom momento na carreira, Nonato foi chamado para a seleção brasileira e disputou a posição com Branco. Chegou a disputar três jogos. Em confronto com a Inglaterra, sentiu dores na coxa. “Se tivesse disputado a Copa América, eu teria chance de ser relacionado para o Mundial de 1994”, relembra Nonato.
Para o jornalista Celso Martinelli, Nonato era “um lateral completo, que foi injustiçado por não ter jogado mais na seleção brasileira.” Martinelli completa: “Sorín foi mais mídia”, comparando com o ex-lateral-esquerdo argentino, que também foi ídolo celeste.
Autocrítica
Nonato tem autocrítica e valoriza sua presença marcante no time do Cruzeiro. Quando comenta a história de outros colegas que também brilharam com a camisa azul, ele opina: “Penso que o Cruzeiro deveria ter feito um jogo de despedida não só para mim, como também para o Dida e o Marcelo Ramos.”
Ele lamenta não ter jogado o Mundial de Clubes contra o Borussia Dortmund, da Alemanha, por opção do treinador Nelsinho Baptista, em Tóquio, no Japão.
Nonato trabalhou com grandes treinadores, como Carlos Alberto Silva, Evaristo de Macedo, Jair Pereira e Paulo Autuori, mas considera Ênio Andrade o melhor de todos. Além do Cruzeiro, ele vestiu a camisa também de Fluminense, Etti Jundiaí SP, Villa Nova, Ipatinga e ABC. No clube de Natal, encerrou a carreira em 2002.
Após pendurar as chuteiras, Nonato contribuiu com sua experiência trabalhando na formação de atletas durante cinco anos.
Querido pelos cruzeirenses, por onde anda Nonato é reconhecido por torcedores, que sempre pedem um autógrafo e uma foto, o que o deixa muito feliz.