Quero morar em Taguatinga pra ficar mais perto das boas coisas de Brasília. Por exemplo, Nelson Jobim, novo ministro da Defesa. Em São Paulo cai metrô, cai avião, cai meu ACM, cai meu Corinthians. O Rio tem o Pan, tem bala perdida, tem sétimas maravilhas e o shortinho da Fabiana Mürer, a Rainha da Vara. Minas é um tédio só. Nem um escândalo de porte pra gente dar risada, ou então tão me escondendo algo sob o tapete das montanhas. Por isso adoro a Brasília petista, uma lama por semana, às vezes duas, três.

Depende do que comeram na véspera. A mais recente é o top-top-top do aspone do Lula, Marco Aurélio Garcia, seguido do craws do aspone do aspone, Bruno Gaspar. Aspone, na feliz auto-definição do mítico e saudoso garoto de Ipanema, Roniquito Chevalier, quer dizer Assessor de Porra Nenhuma ("Indivíduo que exerce um cargo sem função real ou útil"). É o popular puxa-saco. Eu não puxaria o saco do Lula nem usando luvas contra radiação atômica. A não ser que fossem cobertas com pregos. Aí eu dava até beijinho...

O top-top-top é o famoso gesto - obsceno para os moralistas e elitistas - no qual a mão direita aberta bate no topo da esquerda fechada, para mostrar que alguém ou alguma coisa se f("@#$%˘&*)odeu... O top-top-top é a marca do personagem Fradim Baixim, de Henfil - outro que daria um belo ministro no governo Lula. Não o Henfil, o Fradim. Foi o que fez Marco Aurélio Garcia, pra comemorar a Queda da Bastilha, dia 17 de julho. Pra puxar seu saco, o asponejúnior, Bruno Gaspar, completou o top-top-top do chefe com um viril craws.

Craws é a tradução sonora para a não menos popular e copular "encoxada". É quando o tarado sexual pega a mãe, um padre pedófilo, uma cabra, cadáver ou melancia - as preferências humanas (sic) são incontáveis - por trás e top-top-top nela ou nele. Não vou fazer os desenhos, deixo a nobre tarefa para meu amigo e ilustrador petista, Fernando Fiuza, que sempre deixa Lula mais bonitinho, ainda que ordinário, nesta coluna. Tudo isso é pra explicar minha profunda admiração por esse governo: usina de esmolas, Pan, circo e outras coisas mais cabeludas que o Tony Ramos.

Por essas e outras tenho comichões com a lâmpada maravilhosa de Lula, o Aladim de Garunhuns. Atentem para o diabólico festim: Jobim, Fradim Baixim, Aladim Babá e o Aleijadim de Congonhas, que faz top-top-top para a tragédia alheia. E tudo cheira a sexo. De Lula - que além de engravidar a própria mulher, a Galega Botox, na lua-de-mel, é especialista em Ponto "G" - aos top aspones, passando pelas festinhas de arromba com meninas de aluguel (modelos, atrizes e recepcionistas da Jeany Mary Corner, lembram?) e a ministra relaxada e gozadora. E tudo é Freud (Sigmund, não o Godoy...).

Tudo porque Lula tem inveja do tênis de FHC. Voltando às vacas frias do Renan (não esqueçam dele, heim!), trabalho com três hipóteses para explicar a última "caganhas" em Congonhas. Pra mim, a culpa é do Santos Dumont, de São Pedro, do mordomo do Antônio Ermírio de Morais ou das máscaras de oxigênio que não caíram quando deveriam. O resto é especulação. Porque o brasileiro é assim, lê na embalagem de papelão: "Empilhamento máximo quatro caixas", mas, como sabe que a recomendação é só para questões de segurança, empilha logo oito caixas, que é pra economizar espaço e levar vantagem.

Chega de culpar o governo por tudo de desastroso neste país maravilhoso. Lula não sabia de nada. Ou você, elitista leitor, sabia que um avião da TAM, lotado, ia atravessar uma avenida e cair num depósito da própria TAM, ao lado de um posto cheio de gasolina e de incautos, como um vulgar Carnaval, numa terça-feira gorda, às 18h50, em Congonhas? Eu não sabia, mas tenho coragem de dizer. Achei que o avião seria da Gol e cairia vazio, com piloto automático, numa quarta-feira de cinzas, às 19h, no Congresso Nacional, em Brasília. Errei feio. É a herança maldita daquele Pedro Álvares Cabral.

E abaixo a hipocrisia! Viva Marco Top Aurélio Top Sargento Top Garcia! Quem nunca fez top-top-top e craws que atire a primeira camisinha com gel lubrificante. Que suplente nunca fez top-toptop e craws quando morre um deputado ou senador? Só vejo Fórmula 1 pra ver batida e fazer top-top-top e craws. Sento em banco de praça, espero e torço para que velhinhas, crianças e pernetas se esborrachem no chão e top-top-top e craws. Caiu um ônibus cheio de pobres? Terremoto, incêndio, furacão, tornado, enchente?

Encarno o Fradim Baixim do Henfil e top-top-top e craws. Toda vez que estou na intimidade do meu terceiro andar, no Felatio do Planalto, com um assessor, janelas abertas, vendo tragédia no "Jornal Nacional", saco minhas mãos do bolso e ó: top-top-top e craws. Quem for brasileiro que me siga. Para chacinas, balas perdidas, terrorismo, latrocínios, desabamentos, cubanos desertando, Harry Potter, vaias com Dios no Maracanã, medalhas de bronze, medidas provisórias e gestos obscenos, nada como um bom top-top-top e craws. PS: A coluna acabou. Não leu, o pau comeu: top-top-top. E, claro, craws no d’oceis.