Certa vez, o pavão foi se queixar à deusa Juno dizendo que, quem o fez não o fez com perfeição.
A deusa perguntou-lhe: "De que te queixas, pavão?"
- Tenho uma voz horrorosa, quando canto todos os bichos se afastam. Canto bonito é o canto do rouxinol. Queria cantar como ele.
- Por que Juno, não me deste uma voz tão bonita assim? Peço-te que me livre da minha voz que mais parece um berro.
- Não sejas tão invejoso, pavão! És o bicho mais formoso que a Natureza criou. És elegante, de plumagem delicada, tua cauda é deslumbrante!
Foi bem sábia a Natureza, dando a cada um, uma beleza. Ao Macaco deu destreza, ao Leão, a musculatura forte, à Raposa deu esperteza, à Coruja, atenção. E nenhum deles se queixa.
- Não estás contente? Vou te dar uma lição, queres voz maviosa, pois eu te darei, mas retiro a cauda com que te enfeitei.
Então o pavão achando a troca ruim, preferiu ficar com sua voz e, finalmente, não a achou tão feia assim.
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