No mais recente álbum do MPB-4, “Contigo Aprendi”, boleros que marcaram época e gerações, como “Tu Me Acostumbraste”, “Quizás Quizás Quizás”, “Sabra Dios”, “Solamente Una Vez”, “La Barca” e “Perfídia” ganharam arranjos impregnados de modernidade e versões em português assinadas por nomes como Fernando Brant, Abel Silva, Hemínio Belo de Carvalho, Caetano Veloso, Vitor Ramil e Carlos Rennó. O CD, que reúne 11 clássicos do gênero, marcou a última participação do diretor musical e maestro do grupo, Magro Waghabi, morto em agosto do ano passado após uma batalha contra o câncer.
Apesar da perda do amigo de décadas, os músicos Miltinho, Aquiles e Dalmo – os dois primeiros da formação original – decidiram seguir em frente com o trabalho, sairam em turnê pelo país e desembarcam em BH para uma única apresentação de “Contigo Aprendi” na próxima sexta (1º), no Sesc Palladium. No palco, o arranjador e tecladista Paulo Malagutti (do Arranco de Varsóvia), dá continuidade ao trabalho de Magro.
No show, o grupo vocal mais importante do país não só apresenta as canções de “Contigo Aprendi” como relembra músicas marcantes de uma carreira que coleciona mais de 30 discos. “Vamos relembrar sucessos como ‘Roda Viva’, ‘Amigo É Para Essas Coisas’, ‘Vira Virou’, que não podem faltar”, diz Aquiles.
Gravado com as cordas do Quarteto Maogani, do Duofel, do Trio Madeira Brasil e de Toninho Horta, “Contigo Aprendi” foi considerado um dos melhores lançamentos de 2012 e indicado ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor grupo de MPB. “Gravar boleros sempre foi uma vontade nossa, desde o início da carreira, na década de 60. A ideia de fazer um disco já existia, mas foi sempre deixada de lado. Há três anos resolvemos levar em frente e por um lado foi o último trabalho do Magro. Felizmente, ele conseguiu completar, só não conseguiu participar do lançamento”, lamenta Aquiles.
Sobre o amigo e colega de grupo, o músico diz que está sendo um reaprendizado tocar sem ele. “Quando Magro morreu, ficamos sem saber se iríamos seguir em frente ou não. Mas esse era um desejo dele. É aquela velha história ‘do show tem que continuar’”, afirma.
Depois do show na capital mineira, o MPB–4 segue em turnê pelo país com o novo trabalho, sem pensar muito no que fará no futuro. “Isso a gente já considera o nosso futuro acontecendo. Ainda não paramos para pensar sobre isso. Esse trabalho nosso é recente. É uma forma de amadurecer o momento, deixar cicatrizar a ferida”, declara.
MPB-4
No show do CD “Contigo Aprendi”
Teatro Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro, 1.046, centro, 3214-5350). Dia 1º (sexta), às 21h. R$ 50 (inteira)