Luiz Gonzaga Jr., o Gonzaguinha (1945- 1991), passou os últimos anos de vida em Belo Horizonte. Foi na Pampulha que ele morou com a segunda mulher, Louise Margareth Martins, a Lelete, e a filha caçula, Mariana. Isso pesou quando Fernanda, uma das filhas do compositor, escolheu a cidade na qual estrearia o show de lançamento de seu primeiro CD, “Toda Pessoa Pode ser Invenção – 70 Anos de Gonzaguinha”.

“Cresci em Belo Horizonte. Não morei, mas cresci. Meu pai vivia em BH, ainda vou muito, pois parte da minha família vive aí. Quando pintou essa oportunidade de estrear aí, achei muito bom”, diz a cantora, que se apresenta neste sábado (24) e domingo (24), no Cine Theatro Brasil.
 
Produzido pela própria Fernanda, em parceria com o guitarrista Bernardo Ramos, “Toda Pessoa Pode Ser Invenção” reúne 15 faixas e conta com as participações de Ivan Lins, Moska, Beth Tau, Eduardo Farias e Daniel Gonzaga e Amora, também filhos de Gonzaguinha. “Quis fazer diferente, usei duas inéditas e músicas nem tão conhecidas, pois meu pai era um artista amplo, de muitos discursos que as pessoas merecem conhecer também. Ele não pode ser restrito”, conta Fernanda, que incluiu no CD as inéditas “Relativo” (é dela que vem o título do CD) e “Aprender a Sorrir”, além de lados B como “Pessoa” e “Plano de Voo”.
 
Trajetória
Filha do primeiro casamento de Gonzaguinha, com Ângela Porto Carrero, Fernanda teve a oportunidade de marcar presença em um dos álbuns que o pai gravou. Ao lado do compositor e dos irmãos Daniel e Amora, ela participou de um versão do clássico do avô Gonzagão “Asa Branca” no álbum “Luizinho de Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha” lançado em 1989.
 
Embora seja seu primeiro disco solo, a carreira de Fernanda começou aos 16 anos, quando foi convidada por Paula Leal para integrar o elenco de uma peça teatral. Com a irmã Amora, e ao lado de Isadora Medella e Paula, formou o quarteto Chicas. Ela permaneceu no quarteto até 2011.
 
Fernanda conta que o pai adorava ter os filhos por perto. “Meu pai era um pai normal. Ele morava em Belo Horizonte, mas isso não fazia dele um ausente. Mesmo tendo filhos de várias histórias, era importante para ele manter os irmãos juntos”, relembra a cantora, que também está pesquisando material para um musical sobre o pai, que deve estrear em 2016.
 
Perguntada sobre seu álbum preferido entre os quais o pai lançou, cita “Plano de Voo”, de 1975. “É um disco que não é tão conhecido que foge dos hits, mas eu considero muito forte. Ele mesmo o considerava, compôs durante um das suas tuberculoses”, afirma.
 
Gonzaguinha faleceu em abril de 91, em uma acidente de carro, após um show no Paraná. Ele estava com 45 anos e, se estivesse vivo, faria 70 anos. Entre seus grandes sucessos, estão “Explode Coração”, “Começaria Tudo Outra Vez” e “Grito de Alerta”, gravados por Maria Bethânia, e o samba “O Que É o Que É”.
 
Fernanda Gonzaga
No lançamento do CD “Toda Pessoa Pode Ser Invenção"
Cine Theatro Brasil Vallourec (r. dos Carijós, 258, centro, 3201-5211). Neste sábado (24) e domingo(25), às 20h. R$ 40.