O grande barulho causado pelo rock'n'roll nos anos 80 levou muitos jovens brasileiros a empunhar uma guitarra, juntar alguns amigos e formar uma banda para tocar em bailes e clubes. Com o Roupa Nova não foi diferente. Porém, a reunição de seis amigos — Paulinho, Serginho, Kiko, Feghali, Nando e Cleberson — resultou em um dos grupos de maior sucesso da música brasileira. A banda, que faz apresentação única neste sábado (12), no Chevrolet Hall, soube sobreviver ao "esquecimento" da mídia e trilhar sua carreira, calcando-a em um público fiel que se renova a cada ano.

Essa nova fase do Roupa Nova é resultado do desejo do grupo de tomar as rédeas da carreira. Fato que se tornou realidade em 2004, quando a banda rompeu com a Universal, então sua gravadora, para se lançar no mercado independente. Segundo o percussionista e vocalista Paulinho, a banda estava insatisfeita com as gravadoras, que sempre ganhavam mais e impunham uma forma de trabalhar que não agradava aos integrantes do grupo que, então, decidiu criar o próprio selo, o Roupa Nova Music.

Graças à essa decisão o sexteto pôde gravar o CD e DVD "RoupaAcústico", sucesso de venda e crítica e grande responsável por recolocar o Roupa Nova no centro dos holofotes. "Hoje considero que estamos em uma fase melhor do que no início da banda, já que possuímos liberdade para trabalhar, não dependemos de gravadora e temos um público fiel que nos acompanha", afirma Paulinho.

A harmonia da banda é outro fator que contribui para o bom momento da carreira. "Discutimos como todo mundo, mas sempre pensando no melhor para a banda. O Roupa Nova é um grupo democrático, tudo é conversado e votado, a maioria, ganha", conta Paulinho.

O que torna o show em Belo Horizonte tão especial é a relação que o sexteto mantém com o Estado. Além de ter dois integrantes mineiros (Cleberson e Feghali), o Roupa Nova mantém parcerias e admiração com os compositores mineiros, já realizaram trabalhos com Ronaldo Bastos e Milton Nascimento — que compôs "Nos Bailes da Vida" e cedeu ao grupo para que pudessem gravar. A relação com Minas se tornou mais evidente através do CD "Ouro de Minas', gravado em 2001, em que todas as músicas foram compostas por artistas mineiros, resultando em uma homenagem às Minas Gerais.

Os campeões em trilhas para novelas (são pelo menos 29 músicas tocadas na teledramaturgia brasileira, segundo estimativa do grupo) trazem à cidade o show acústico que, de acordo com Paulinho, sofreu algumas mudanças: foram acrescentadas algumas músicas elétricas, com guitarras, o repertório antigo ganhou a adesão de canões que não eram tocadas pelo Roupa Nova há algum tempo, "e reservamos algumas coisas novas que preferimos deixar como surpresa", faz mistério o percussionista.

E para a alegria dos fãs, Paulinho avisa que o Roupa Nova pretende lançar um CD de inéditas. "Estamos pensando fazer uma coisa inédita, acho que já está na hora de lançar algo novo. Mas o trabalho está na nossa cabeça apenas, estamos pensando nele ainda, de como vai ser e no que vai ter", despista.

Enquanto não chega o novo CD, é aproveitar os velhos sucessos como "Volta pra Mim", "Whisky a Go-Go", "Dona", "Coração Pirata", "Sapato Velho"...

Roupa Nova (*)
Arena do Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, 2191-5700).
Às 23h.
R$ 50 (1º lote, inteira), R$ 60 (2º lote, inteira) e R$ 80 (3º lote, inteira).

 

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