O morango do amor, doce artesanal que combina morango fresco, brigadeiro e caramelo crocante, ultrapassou as telas dos smartphones e passou a ocupar espaço nas vitrines de confeitarias e franquias pelo Brasil. A receita, que viralizou nas redes sociais transformou-se em um dos principais exemplos de como conteúdos digitais impactam diretamente o comportamento de consumo e influenciam decisões estratégicas no varejo.
A popularidade da sobremesa ganhou força a partir de vídeos curtos no TikTok e no Instagram. Em poucos segundos, internautas mostravam o preparo meticuloso do doce, o morango inteiro era mergulhado em brigadeiro cremoso, coberto por uma camada de caramelo transparente e cuidadosamente embalado. A estética chamativa e o apelo emocional fizeram do morango caramelizado um dos conteúdos mais replicados nas redes sociais.
A demanda gerada nas redes resultou em filas em frente a docerias e estimulou pequenos empreendedores a oferecerem o doce de forma artesanal. Em mercados regionais, produtores informais conseguiram escalar vendas apenas com base em divulgação orgânica nas redes. A procura cresceu a ponto de tornar a sobremesa um produto cobiçado.
Virou Trend
Com a crescente visibilidade, o morango do amor deixou de ser apenas um conteúdo viral para se tornar uma tendência de mercado. A movimentação recente de grandes marcas confirma essa transição.
Em julho de 2025, a Sodiê Doces, maior rede de bolos do país, passou a oferecer uma versão própria do produto em suas lojas. A empresa justificou a inclusão como uma resposta à demanda dos consumidores e um movimento estratégico para acompanhar as tendências do setor.
Casos como esse ilustram como tendências digitais podem moldar portfólios e impulsionar a inovação, mesmo em redes com estruturas consolidadas. A transição de um conteúdo viral para um item padronizado no varejo representa uma mudança de lógica na formulação de produtos. O que antes era impulsionado por pesquisa de mercado tradicional, agora também depende da escuta ativa das redes sociais e da capacidade de adaptação em tempo real.
Integração é a chave
Embora a febre do morango do amor tenha surgido de forma espontânea, sua rápida expansão reforça a importância de integração entre canais digitais e estratégias comerciais. O case também evidencia como movimentos originados na base do consumo – e não necessariamente em grandes indústrias – têm potencial de gerar novas categorias de produtos e modelos de negócio, ainda que temporários.
A adoção do doce por empresas formais, como a Sodiê, tende a ampliar o acesso ao produto, padronizar sua produção e posicioná-lo em novas faixas de público. Ao mesmo tempo, acende um alerta sobre o ritmo de transformação do varejo alimentício e o papel das plataformas digitais como agentes de inovação comercial.