A Justiça Eleitoral determinou a cassação dos diplomas do prefeito e da vice-prefeita de Cristália, no Norte de Minas, após julgar procedente uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). A decisão foi proferida pela 120ª Zona Eleitoral, em Grão Mogol, e aponta abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições municipais de 2024.

Além da perda dos mandatos, o prefeito foi condenado à inelegibilidade por oito anos e ao pagamento de multa no valor de R$ 25 mil.

De acordo com as investigações, o MPE reuniu provas que demonstram um esquema de corrupção eleitoral conduzido por apoiadores do então candidato à reeleição. Entre as práticas identificadas estão pagamento em dinheiro a eleitores em troca de votos, promessa de cargos públicos e até a tentativa de retirar adversários da disputa. Em um dos casos, uma candidata teria recebido oferta de R$ 10 mil para desistir da candidatura.

Na sentença, a Justiça destacou que os atos ilícitos comprometeram a igualdade entre os concorrentes e afetaram a legitimidade do pleito.

A promotora de Justiça Maria Cristina Santos Almeida, responsável pela ação, ressaltou a relevância do voto para a democracia e o papel do Ministério Público no combate à corrupção eleitoral. "O voto é a expressão da cidadania e não pode ser transformado em moeda de troca. O combate à corrupção eleitoral é essencial para garantir eleições justas e legítimas" afirmou.

Segundo a promotora, a decisão reafirma a necessidade de vigilância contra práticas que ainda ameaçam a vontade soberana do eleitor, especialmente em municípios menores, onde o impacto das irregularidades tende a ser mais significativo.