O deputado estadual Eduardo Azevedo (PL) defendeu a privatização da Cemig e da Copasa, mas destacou que irá cobrar uma discussão mais profunda sobre como assegurar o emprego dos servidores concursados das estatais. A fala foi feita em entrevista ao Café com Política da FM O TEMPO 91,7, nesta quarta-feira (27). “Eu sou a favor das privatizações, mas tem que se discutir muito como vão ficar os servidores, porque são funcionários que estão ali há anos, concursados, e têm o direito de continuar no poder público. O lado bom é que vai acabar com cabide de emprego”, afirmou o parlamentar.
Ao defender a privatização, Eduardo Azevedo criticou o que considera falhas estruturais no funcionamento das estatais e questionou sua eficiência. Ele argumentou, ainda, que a privatização é essencial para melhorar os serviços que hoje são públicos e pagos através de altas taxas pelos cidadãos.
“As estatais são feitas para alocar a turma que ajuda nas campanhas políticas, e a privatização vai tornar o serviço mais eficiente e sem ser mais oneroso. Hoje nós temos uma energia muito cara, uma das mais caras do Brasil, e taxas de esgoto cobradas a um absurdo da população, sendo que nem sequer há esgoto tratado em muitas casas”, acrescentou.
Apesar de sua posição favorável à privatização, o deputado do PL se mostrou contrário a modelos de parceria público-privada (PPP). “Eu não vejo com bons olhos a parceria público-privada, porque senão vai haver válvula de escape: eles vão querer lucrar com contrapartida do governo.”
Eduardo Azevedo defendeu que parte dos recursos oriundos da privatização das estatais seja destinada a melhorar a infraestrutura rodoviária do estado e mencionou a necessidade de melhorias em outras áreas, como saúde e segurança, destacando os desafios enfrentados pelo estado. “A privatização das estatais, inclusive, deve ter como contrapartida pegar parte do dinheiro e fazer o recapeamento [das rodovias]”, sugeriu.
Reestruturação do Ipsemg é necessária, afirma deputado
Durante a entrevista, Eduardo Azevedo também comentou sobre a necessidade de reestruturação do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Ele destacou que o órgão precisa ser mais eficiente para atender às demandas dos servidores estaduais, especialmente no interior. Um projeto de reestruturação do Ipsemg, de autoria do Executivo, deve ser votado no primeiro turno do plenário da AMLG ainda nesta quarta-feira.
“A questão do Ipsemg, o primeiro ponto que a gente tem que deixar bem claro, é que o Ipsemg é facultativo. Se o servidor acha que o Ipsemg não atende às suas expectativas, ele não precisa aderir. A proposta do governo é reestruturar o Ipsemg com a correção da tabela para que ele volte a atender nos municípios. O reajuste está dentro do adequado, e, se o servidor achar que não atende, ele pode não aderir”, explicou.
O deputado relatou que, em sua cidade, Divinópolis, há uma forte demanda para que o Ipsemg volte a oferecer atendimento de emergência e urgência. “Desde quando comecei meu mandato, há um anseio dos servidores para que o Ipsemg volte a atender emergência e urgência. Eles só atendem consulta agendada. Se o servidor precisar de urgência, vai para a UPA”, criticou.
Segundo ele, a baixa remuneração oferecida pelo instituto aos hospitais tem dificultado a ampliação dos serviços. “Conversei com hospitais SUS e particulares para o Ipsemg voltar a atender lá, mas, com o repasse que o Ipsemg faz, não vale a pena para eles, não é viável para os hospitais”, afirmou.
Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Adriana Ferreira