O deputado federal Zé Vitor (PL-MG) criticou, durante entrevista ao programa Café com Política, da rádio FM O TEMPO 91,7, as consequências do aumento do salário mínimo acima da inflação nas contas públicas. Ele também falou sobre a necessidade de cortes no orçamento e defendeu o papel das emendas parlamentares na descentralização de recursos públicos.
Parte da oposição, Zé Vitor argumentou que existe um desequilíbrio fiscal no Brasil e que teria sido causado por decisões tomadas pelo próprio governo, como o reajuste do salário mínimo acima da inflação. “Quer dizer que não podemos ter esse aumento? Não. Mas esse valor fixo gera, dia a dia, uma despesa maior do que nossa capacidade de aumentar receita com o sistema que temos hoje”, explicou o parlamentar.
Ele apontou, ainda, que o governo estaria tentando corrigir uma situação que ele mesmo criou, mas alertou para a urgência de soluções. “O corte de gastos é inevitável, ou, em 2026, teremos um orçamento muito pequeno, que não será suficiente nem para manter as rodovias”, disse.
Cortes no orçamento e revisão do PAC
Zé Vitor defendeu que o governo priorize cortes em áreas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para ele, o programa seria ineficiente e acumularia obras inacabadas. “O governo precisa cortar, especialmente com o PAC, que já mostrou ser um programa ineficiente e nos gerou um cemitério de obras”, afirmou. O parlamentar defendeu, entretanto, que os ajustes devem ser feitos sem aumentar impostos. “Precisamos, junto ao governo, encontrar soluções que não signifiquem aumento de impostos. Não dá para ‘fazer graça com o chapéu dos outros’”, criticou.
Emendas parlamentares e descentralização de recursos
Ao comentar sobre emendas parlamentares, Zé Vitor defendeu a importância delas para descentralizar os recursos públicos. “A emenda parlamentar é um modo de descentralizar o recurso dos brasileiros, tirando o dinheiro da capital e levando-o para os 853 municípios de Minas através dos seus representantes. Esse dinheiro chega na ponta. Deixar de cumprir o compromisso com as emendas para priorizar um programa político e ideológico, aí não acho que seja justo”, concluiu.
Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Adriana Ferreira