O radialista Roque Saldanha foi preso nessa sexta-feira (20 de dezembro) pela Polícia Federal de Governador Valadares, em Colatina, no Espírito Santo, por ter descumprido medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele estava em prisão domiciliar devido aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes havia decretado a prisão do radialista em novembro deste ano.

No mês passado, Saldanha divulgou um vídeo destruindo sua tornozeleira eletrônica e criticando o ministro do Supremo. Na operação que o levou à prisão, foram apreendidos um celular, três chips, R$ 7 mil e a tornozeleira destruída.

Em entrevista ao “G1”, o advogado de Saldanha, João Carlos de Faria Soares, confirmou a prisão e disse estar surpreendido pelo fato. "Nos surpreendeu essa prisão do Roque, mesmo que a gente estava esperando que poderia acontecer em qualquer momento”, afirmou.

Ainda, o advogado relatou que a data do mandado de prisão é anterior à gravação divulgada por Saldanha na qual ele aparece destruindo a tornozeleira eletrônica. "No vídeo que ele publica, onde ele arranca a tornozeleira e fala aqueles desacatos, foi no dia 26. Então, o mandado de prisão não foi em virtude da tornozeleira e nem daquele vídeo. E sim, em razão do descumprimento das medidas cautelares impostas pelo ministro à época, quando foi revogada a prisão dele a primeira vez”, pontuou.

Ele disse ainda que várias medidas que teriam sido descumpridas foram citadas no mandado de prisão. "Ele desobedeceu. Ele não poderia sair da cidade e saiu. Ele não poderia divulgar vídeo, ele divulgou, entre outras coisas. Se eu me recordo, são 57 notificações que o ministro Alexandre Moraes citou na prisão", disse.

A advogada Roberta Souza, também defensora de Saldanha, em nota ao g1, disse que o limite para uso da tornozeleira eletrônica é de 90 dias prorrogáveis, mas que o radialista utilizava o dispositivo há quase dois anos, causando queimaduras e ferimentos na perna dele.