O cenário eleitoral em Araxá, reduto do governador Romeu Zema (Novo), se desenha com a disputa entre o atual prefeito, Robson Magela (Cidadania), e seu próprio vice, Mauro Chaves (PSD), que rompeu com a gestão municipal no primeiro ano de mandato. Ambos querem se aproximar da figura de Zema e do Novo para tentar surfar na alta popularidade do governador, que conquistou cerca de 85% dos votos na cidade em 2022.
Entretanto, Zema já deixou claro, em encontro com jornalistas, que não quer participar ativamente da campanha eleitoral neste ano.
Porém, o prefeito de Araxá diz que vai tentar se encontrar com Zema para firmar uma possível aliança para sua candidatura. “A minha relação com o governador é muito boa. E, se tiver o apoio do governador, é fantástico, ainda mais o governador sendo aqui de Araxá, mas se não puder apoiar, eu entendo. Contudo, torço muito para que ele venha apoiar a gente. Não sentei para conversar com ele sobre essa questão, mas na primeira oportunidade vou sentar com ele”, afirma Magela.
“Zema é muito receptivo. Se o governador não se importar de eu usar a imagem dele, para mim é uma honra. Se tiver o apoio é muito bom. Aí fortalece mais a união política, mais recursos para a cidade de Araxá”, declara o mandatário.
O vice-prefeito Mauro Chaves ressalta que, apesar de Zema ter decidido ficar neutro na cidade, ele também tem “boa relação” com o Novo em Araxá. Ele lamenta que o governador não tenha permitido ainda maiores aproximações. “A maioria do Novo da cidade migrou para mim. Ele (Zema) não deixou ninguém ter essa aproximação (eleitoral), nem com a gente nem com os outros pretensos candidatos”, avalia.
A disputa na cidade ainda conta com o presidente municipal do PV, Eduardo Maia, que, mesmo mais identificado com a esquerda, não deve focar em críticas ao Executivo estadual durante a campanha. Na avaliação de Maia, um embate direto com o governador seria contraproducente para a cidade.
“Na verdade, temos que entender a realidade municipal, temos uma dinâmica diferente daquela que enfrenta o Estado e a União. Gira mais em torno das articulações locais do que em torno de quem é o governador ou quem é o presidente. Pretendo preservar todas as políticas públicas que o governo federal tem. De igual forma, será com o governo do Estado”, afirma.
“Não vamos ser oposição ou adesão ao governo, vamos concentrar nossas ações na cidade. A candidatura do PV está ligada ao campo progressista e vamos ter isso como marca de nossa atuação”, afirma.
O Novo, que perdeu as últimas eleições municipais em Araxá, não terá candidato ao Executivo local neste ano, segundo o presidente estadual da legenda, Christopher Laguna. Na cidade, será lançada apenas chapa de vereadores.